Inpe: desmatamento cai pela metade na Amazônia e sobe 43% no Cerrado
Os dados sobre o índice de desmatamento em 2023 foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta-feira (5/1)
atualizado
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O desmatamento na Amazônia Legal caiu pela metade em 2023, menor marca desde 2018. Por outro lado, o Cerrado registrou um acréscimo de 43% no ano passado, tornando-se o maior índice da série histórica do levantamento da plataforma Deter nesse bioma, que começou em 2018-2019.
Esses índices dizem respeito ao período total de desmatamentos de janeiro a dezembro. Os dados do foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta-feira (5/1).
Desmatamento na Amazônia
Compreendendo 59% do território nacional, a região da Amazônia Legal engloba a área de nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão.
Em 2022, a região bateu o recorde de 10.278 km² de áreas desmatadas. Desde esse período, o índice caiu para 5.152 km², segundo dados observados até 29 de dezembro do ano passado.
Conforme o Deter, o Pará lidera o ranking dos maiores índices de desmatamento, com 1.903 km². Seguido por Mato Grosso (1.408 km²) e Amazonas (894 km²). Os estados seguem sendo os três primeiros da série histórica (2015-2023).
Segundo o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), entre agosto do ano passado e julho de 2023 foram desmatados 9 mil km² de florestas. A taxa de área destruída no período divulgado é a menor para uma temporada do Prodes desde 2019.
Essa queda no desmatamento na Amazônia de agosto de 2022 a julho deste ano representa baixa de 133 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) que seriam liberados na atmosfera.
Cerrado
Pelo quarto ano consecutivo, o Cerrado apresenta aumento no desmatamento da vegetação. Só no ano passado, a área com desmate foi de 7.828 km² (dados até 29 de dezembro de 2023). Esse é o maior índice desde o começo das observações do Deter no bioma.
Dados do Inpe mostram que o Maranhão teve a maior área de vegetação nativa desmatada (1.765 km²), logo atrás vem a Bahia (1.727 km²), Tocantins (1.604 km²) e Piauí (824 km²).
Os estados de Maranhão, Tocantins e Bahia são os líderes da série histórica no Cerrado (2017-2023).
Em novembro, o instituto informou que o desmatamento no Cerrado subiu 3% durante o período entre agosto de 2022 e julho de 2023 — representando a perda de 11.011 km² de vegetação nativa.