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Injúria: dono de bar compara cabelo de mulher com raposa e é indiciado

Proprietário do Buteko do Chaguinha, em Goiânia, comparou cabelo da cliente com raposa, em outubro de 2020. Depois, alegou mal entendido

atualizado

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1 de 1 racismo raposa dono bar goias - Foto: Instagram

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás indiciou o dono de um bar muito conhecido da capital do estado por injúria racial, nesta sexta-feira (29/10). Ele comparou o cabelo de uma cliente a uma raposa na noite de 31 de outubro de 2020 e ela denunciou o caso na delegacia.

Segundo relato da vítima, a vendedora Sarah Silva Ferreira, de 20 anos, o dono do bar, Francisco Chagas de Almeida, de 74,  a abordou com um comentário racista. Ela estava sentada em uma mesa com a irmã e uma amiga.

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Representantes do movimento negro fizeram um protesto na porta do bar em 2020
Sarah Silva, vítima de racismo, participou de protesto no Buteko do Chaguinha
Sarah Silva, de 20 anos, foi vítima de racismo em bar de Goiânia (GO)
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Dono de bar comparou cabelo de cliente a uma raposa

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Representantes do movimento negro fizeram um protesto na porta do bar em 2020

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Sarah Silva, vítima de racismo, participou de protesto no Buteko do Chaguinha

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Sarah Silva, de 20 anos, foi vítima de racismo em bar de Goiânia (GO)

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“Vim ver se era gente ou se era uma raposa na sua cabeça”, disse o dono do bar para a jovem. Ele é conhecido como Seu Chaguinha, apelido que também dá nome ao bar, “Buteko do Chaguinha”.

A fala racista foi acompanhada de risos e deboche do dono do bar e de um outro cliente, que seria amigo dele, segundo texto do inquérito policial.

Sarah denunciou o caso nas redes sociais, o que provocou um movimento de apoio e uma manifestação contra o racismo na porta do bar, no início de novembro de 2020.

Silêncio no depoimento

Durante as investigações, o delegado Manoel Borges de Oliveira ouviu as duas testemunhas que estavam na mesa de Sarah, que confirmaram o crime. O dono do bar também foi chamado para dar depoimento, mas ele usou o direito constitucional de permanecer em silêncio.

“De fato, o autor imprimiu à vítima tais predicativos de cunho preconceituoso e racista devido a sua cor negra”, afirmou delegado no relatório final da investigação. A pena do crime de injúria racial é de um a três anos de prisão e multa.

Mal entendido

O Metrópoles entrou em contato com o filho de Francisco Chagas e aguarda um retorno. Na época da denúncia, o Buteko do Chaguinha publicou uma nota em que chamou o episódio de mal-entendido e afirmou ser contra todos os tipos de discriminação.

Aliás, esta semana o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crime de injúria racial é uma espécie de racismo e, portanto, é imprescritível. Em sessão na última quinta (28/10), os ministros analisaram o caso de uma idosa que chamou uma frentista de “negrinha nojenta, ignorante e atrevida”.

O placar ficou em 8 a 1 para enquadrar injúria racial como crime de racismo. Seguiram essa linha os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandoewski e Luiz Fux. O ministro Nunes Marques foi o único a divergir. Gilmar Mendes não votou.

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