Infraestrutura faz assembleia sob ameaça de nova greve

Após desmobilizar a greve de 48 horas desta semana, os servidores públicos da área de infraestrutura se reúnem, nesta sexta-feira (23/8), para analisar e votar a contraproposta do governo federal sobre o reajuste salarial do setor.

Caso os valores indicados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) não sejam aceitos pelos servidores, o efetivo federal pode cogitar iniciar uma nova paralisação.

Segundo a presidente da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra), Valesk Rebouças, esta é a primeira e última contraproposta analisada porque o prazo final da mesa de negociação específica terminará nesta sexta-feira.

“Estamos enfrentando péssimas negociações. As carreiras que ‘têm uma casa’, digamos assim, que tem um ministério, uma carreira específica, têm alguém para defendê-las. Enquanto que nós [servidores da infraestrutura], que somos do próprio MGI, do órgão negociador, ficamos renegados para o final”, alegou Rebouças em entrevista ao Metrópoles.

Os analistas e especialistas de infraestrutura alegam que, apesar de ocuparem posições estratégicas e essenciais, tinham recebido “a pior proposta salarial entre todas as carreiras em negociação”.

Ela destacou: “Temos uma evasão de 36%. Uma evasão seis vezes maior do que as outras carreiras da gestão”. De acordo com a presidente, é necessário ter uma valorização do setor devido ao caráter transversal da carreira, ou seja, estar presente em vários ministérios.

Além disso, a categoria desempenha papel crucial em projetos como o Novo PAC, programa considerado a principal vitrine de obras do governo federal.

Servidores desmobilizam greve após ajuda de ministro

Nessa terça-feira (21/8), os servidores decidiram suspender a paralisação de 48 horas para contar com o apoio do ministro dos Transportes, Renan Filho, na reabertura das negociações com o MGI.

“Por voto de confiança ao senhor [Renan Filho], nós vamos suspender a nossa paralisação para que o senhor consiga nos atender e nos ajudar nesse diálogo com o MGI. Porque nós queremos dialogar, nós queremos voltar a trabalhar”, afirmou a presidente da Aneinfra.