Inflação dos carros dispara e quase chega aos 20% em 2021
Índice é válido para os modelos ano 2022. Pesquisa da KKB Brasil também mostra que preços dos usados tiveram, em média, alta de 22%
atualizado
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O ano de 2021 ficará marcado pelo movimento atípico e acentuado do aumento dos preços de carros novos e usados. De acordo com o Monitor de Variação de Preços da KBB Brasil, empresa especializada em pesquisa de preços de veículos novos e usados, o movimento inflacionário do setor chegou a passar dos 18% considerando apenas os modelos 2022.
Para os carros 0 km em geral vendidos até o final de dezembro (modelos 2020 ou 2021), o índice chegou a 9%. No caso dos usados, os custos dos automóveis que têm entre 4 e 10 anos de uso subiram mais de 22% no período.
Detalhe: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do país, fechou 2021 a 10,06% – bem acima do teto da meta estabelecida, que era de 5,25% e é a maior em seis anos.
O último monitor da KBB do ano mostra que, em dezembro, a curva ascendente dos preços dos carros novos mostrou leve arrefecimento, mas ainda manteve seu viés de aumento – com registro de acréscimo médio de 0,74% no período. Os modelos 2022 tiveram alta de 1,52% em dezembro, em média.
Comparando com o comportamento dos preços observado ao longo de 2020, no ano passado, os veículos novos acumularam mais do que o dobro do aumento visto há dois anos: e quando já havia crise sanitária, mas as dificuldades de produção ainda não provocavam grandes distúrbios entre a oferta e a demanda da indústria. Enquanto os modelos 2021 (que eram os mais recentes ao final de 2020) subiram 7,79% naquele ano, os 2022 fecharam os últimos 12 meses com 18,4% de inflação.
Com relação aos carros usados, a discrepância entre o cenário de 2020 e o de 2021 é ainda mais marcante. Entre os seminovos, com até 3 anos de uso, houve aumento de 2,15%, em média, nos preços de dezembro, totalizando alta de 17,22% no acumulado do ano para este grupo.
Em 2020, os veículos seminovos terminaram o ano com preços praticamente estáveis, uma vez que a variação, ainda que já tenha sido positiva, ficou limitada a mero 0,93%. Contudo, vale ressaltar que os modelos com um ano de uso já apontavam para um movimento inflacionário mais forte naquela época.
Mas a maior diferença entre 2020 e 2021 fica para os carros usados (4 e 10 anos de uso). Em média, estes veículos subiram 22,46% entre janeiro e dezembro do ano passado, enquanto em 2020 o comportamento de preço acumulado desta categoria, por mais que tenha dado indícios de elevação atípica na época, encerrou o período com viés de queda de -0,85% em média.
A KBB Brasil analisou 26.376 versões de automóveis à venda para a elaboração da edição de dezembro do Monitor de Variação de Preços. A empresa usa análise de dados e Big Data para produzir os levantamentos de precificação de veículos novos e usados.