Inflação chega a 0,95% em novembro e bate 10,74% nos últimos 12 meses
IPCA teve a maior alta para um mês de novembro desde 2015. Aumento foi puxado pelo preço dos combustíveis: gasolina se tornou a vilã
atualizado
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Puxado pela alta dos preços da gasolina, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,95% em novembro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (10/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice havia registrado alta de 1,25% em outubro. Apesar da desaceleração de um mês para o outro, esta foi a maior variação para um mês de novembro desde 2015 (quando foi de 1,01%).
O IPCA acumula alta de 9,26% no ano e de 10,74% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,67%). A inflação acumulada em um ano permanece mais do que o dobro do teto da meta fixada pelo governo para 2021 (5,25%).
A maior variação e o maior impacto vieram do setor de transportes, que correspondeu a cerca de 76% do índice do mês. O setor foi fortemente influenciado pela alta nos preços da gasolina (7,38%). Com o resultado de novembro, a variação acumulada do combustível nos últimos 12 meses foi de 50,78%. Além disso, houve altas nos preços do etanol (10,53%), do óleo diesel (7,48%) e do gás veicular (4,30%).
O segundo maior impacto foi da habitação (1,03%), cujo resultado ficou próximo ao do mês anterior (1,04%). Na sequência, veio o setor de despesas pessoais (0,57%).
No lado das quedas, os destaques foram saúde e cuidados pessoais (-0,57%) e alimentação e bebidas (-0,04%).
Mercado prevê inflação acima de 10%
A última edição do Boletim Focus, divulgada na segunda-feira (6/12), aponta que o mercado espera que a inflação de 2021 tenha alta de 10,18%. Se confirmada a expectativa, será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015 — quando o IPCA somou 10,67%. Em 2020, a inflação foi de 4,52%.
O BC estabelece regime de metas para controle da inflação. O centro da meta para o corrente ano foi fixado em 3,75%, com variação entre 2,25% e 5,25%. O próprio BC já admitiu oficialmente que a meta não será cumprida neste ano.