Inferno astral de Haddad vai de articulação a embates com mercado e PT
Fernando Haddad enfrenta um dos momentos mais difíceis em sua gestão na Fazenda e sofre com problemas de articulação política
atualizado
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No comando do Ministério da Fazenda há quase um ano e meio, o petista Fernando Haddad enfrenta um dos momentos mais difíceis em sua gestão, com problemas que vão desde a frágil articulação política do governo Lula (PT) 3 até ruídos com o mercado financeiro e embates com o próprio partido. O “inferno astral” do ministro não tem a ver com seu aniversário, que é em janeiro.
No começo da semana, Haddad sofreu um revés ao ver parte da medida provisória (MP) do PIS/Cofins devolvida pelo Congresso Nacional. O trecho sugeria a limitação dos créditos do PIS/Cofins para garantir aos cofres públicos até R$ 29,2 bilhões, valor um pouco acima do necessário para compensar a renúncia estimada com a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos de setores econômicos e pequenos municípios.
Uma das críticas à proposta se deveu ao fato de ela ter sido apresentada quando Haddad estava no exterior, patrocinando a agenda brasileira no G20, que inclui a proposta de taxação global dos super-ricos.
Assim que voltou, na última sexta-feira (7/6), o vazamento de declarações do ministro em reunião privada com executivos do banco Santander causou ruídos no mercado.
Turbulência no mercado
Nesta semana, o dólar bateu a marca dos R$ 5,40, após falas do presidente a investidores no Rio de Janeiro causarem turbulência no mercado brasileiro. O mercado interpretou que existe um descontrole fiscal, o dólar subiu ainda mais e o Ibovespa virou e passou a operar em queda de mais de 1%.
O chefe do Planalto disse: “Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público”.