Indústria é setor que mais investe em criatividade e cultura, diz FGV
Segundo pesquisa, indústria é principal patrocinadora de projetos criativos e culturais usando os benefícios fiscais da Lei Rouanet
atualizado
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A indústria foi a principal patrocinadora de projetos criativos e culturais em 2023, através do uso de incentivos fiscais oferecidos pela Lei Rouanet, que tem como objetivo o incentivo à cultura. A pesquisa é da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com iniciativa do Serviço Nacional da Indústria (Sesi).
Distribuição por setores de patrocínios de empresas via Lei Rouanet (2023):
– Indústria: 36,6%
– Serviços bancários ou financeiros: 27,1%
– Serviços: 14,2%
– Eletricidade e saneamento: 7,1%
– Não classificado: 7%
– Comércio: 6,6%
– Construção: 0,8%
– Agropecuária: 0,6
* FGV 2024, com dados do Ver Salic (2023)
Para o gerente executivo da FGV Projetos, Luiz Gustavo Barbosa, esse apoio por parte da indústria é muito importante para o país e para a população.
“Esse tipo de apoio é crucial para a sustentação e expansão das atividades culturais e criativas no Brasil. A participação em destaque da indústria como patrocinadora de projetos culturais reforça a visão de investimento e não custo, além de mostrar que ações assim geram um ganho social muito positivo a toda população”, explica o gerente.
Salário de ocupações criativas cresceram mais que a média
Segundo a pesquisa, as ocupações criativas no mercado de trabalho cresceram cerca de 3% ao ano desde 2012, enquanto outras ocupações cresceram apenas 0,8% no mesmo período.
O salário também sofreu mudanças, a remuneração cresceu em média 6,3 mais que de outras profissões dentre 2012 e 2023.
Uma outra observação na pesquisa é que os profissionais que atuam em ocupações criativa possuem maior tempo de dedicação à formação que outros trabalhadores. Cerca de 43,6% dos profissionais têm 16 ou mais anos de estudo, enquanto em outras ocupações apenas 20,3% contam com 16 ou mais anos de estudo.
Criatividade impulsiona desempenho das empresas
Esse investimento também é benéfico para empresas. Os setores que usam a economia criativa, o termo usado para descrever o modo de fazer e produzir riquezas que têm a criatividade como pilar fundamental dos processos, como insumo tiveram o crescimento do valor adicionado 10% maior que os setores com menor intensidade em criatividade.
Um levantamento do Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a expectativa é de que um a cada quatro novos empregos criados nos próximos anos seja em setores e ocupações da economia criativa.
A superintendente de Cultura do Sesi, Cláudia Ramalho, afirma que a economia criativa auxilia inclusive na solução de problemas do dia a dia e que influencia no progresso socioeconômico. “Ela ajuda a tornar nossa vida mais confortável, eficiente e segura. Além disso, é preciso levar em consideração o impacto e potencial que a indústria criativa exerce atualmente no desenvolvimento das pessoas e em suas qualidades de vida. A indústria criativa é a grande ponte para nosso futuro.”
De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a economia criativa é um dos setores que mais cresce no mundo. Para o O superintendente de Educação do Sesi, Wisley Pereira, a arte e criatividade já são elementos considerados centrais na formação de um profissional.
“Metodologias mais modernas já entenderam a importância de incorporarem elementos criativos e artísticos para desenvolver profissionais inovadores e a Rede Sesi de Educação tem se destacado como referência em currículo criativo. A tendência é que essa abordagem cresça cada vez mais, na busca da formação para o trabalho do futuro”, afirma.