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Indigenista desaparecido no AM relatou ameaças de criminosos em abril

Organização criminosa que atua com pesca e caça ilegais na região estaria ameaçando Bruno Araújo, que está desaparecido há cinco dias

atualizado

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Indigenista Bruno Araújo Pereira
1 de 1 Indigenista Bruno Araújo Pereira - Foto: Funai/Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) confirmou que o indigenista Bruno Araújo Pereira relatou, em abril deste ano, que vinha recebendo ameaças. Ele, junto com o jornalista inglês Dom Phillips, estão desaparecidos há cinco dias.

Segundo relatos de Bruno a integrantes do MPF, uma organização criminosa que atua com pesca e caça ilegais na região da reserva indígena Vale do Javari, no Amazonas, onde ocorreu o sumiço, estaria ameaçando o indigenista por conta do trabalho dele na região.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Um plano de ação foi articulado com a Polícia Federal para que os integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) passassem a manter contato direto e em tempo real com as forças policiais, além de repassar mais informações acerca das irregularidades mapeadas às autoridades, para dar início a uma investigação formal.

Segundo a Univaja, Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.

De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu durante o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte.

Ao todo, segundo a Polícia Federal, 250 agentes e dois aviões atuam nas buscas. A Justiça Federal determinou que o governo acione helicópteros, embarcações e equipes de buscas da Polícia Federal, das forças de segurança ou das Forças Armadas para intensificar o rastreio dos desaparecidos.

Mudança na defesa

Os procuradores municipais de Atalaia do Norte e de Benjamin Constant, no Amazonas, abandonaram a defesa do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos. O homem, conhecido como “Pelado”, foi detido suspeito de envolvimento no sumiço  na reserva Vale do Javari.

O que se sabe até o momento sobre Pelado, suspeito detido pelo desaparecimento:

  • Policiais militares prenderam Pelado na terça-feira (7/6).
  • No momento da prisão, ele estava com armas e munição de uso restrito.
  • A lancha do suspeito foi vista perseguindo o barco do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.
  • Pelado passaria por uma audiência de custódia na quarta-feira (8/6), mas a juíza Jacinta Silva dos Santos resolveu deixar para esta quinta-feira, ainda sem horário definido.
  • Testemunhas contam que logo depois que Bruno e Phillips deixaram a comunidade, o barco de Pelado foi visto parado com outras pessoas dentro.
  • A Polícia Federal realiza testes com luminol na lancha de Pelado para identificar possível material genético e digitais na embarcação.
  • Pelado teria ameaçado o indigenista Bruno Araújo Pereira e ironizado o fato de ele andar armado em razão de ameaças que vinha sofrendo.

Investigações

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, disse que não descarta qualquer linha de investigação, inclusive a hipótese de homicídio, no caso.

Em entrevista coletiva transmitida ao vivo de Manaus na quarta-feira (8/6), a corporação afirmou que as buscas continuam. “Estamos averiguando se houve algum crime nesse desaparecimento”, frisou Fontes.

Veja imagens das buscas da PF pelos desaparecidos:

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