Indígenas na Esplanada cobram votos de ministros sobre Marco Temporal
Diversas lideranças indígenas estiveram presentes em manifestação na Esplanada para pedir pela votação do Marco Temporal no STF
atualizado
Compartilhar notícia
As lideranças indígenas se reuniram no Museu da República, na manhã desta quarta-feira (30/8), em resposta à retomada do julgamento sobre o Marco Temporal das terras indígenas, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A convocação veio da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), cujo coordenador, Kleber Karipuna, falou à imprensa sobre a expectativa dos votos dos ministros do STF restantes, bem como fez argumentações sobre o julgamento e reivindicações do movimento indígena.
“Para a gente, é muito ruim se o ministro [Cristiano] Zanin pedir vista. Todos os povos indígenas estão ansiosos para o fim desse julgamento, eles merecem. Se esse voto (negativo) for acompanhado, é algo que pode atrasar ainda mais a demarcação das terras. Hoje, se leva 20, 30 anos. Esse tempo pode aumentar”, afirmou Kleber.
Veja:
O que é o Marco Temporal
O Marco Temporal estabelece que apenas as terras indígenas ocupadas até 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição, serão demarcadas. No entanto, lideranças dos povos originários declaram que a questão vai contra a Carta Magna.
O termo é utilizado para se referir ao Projeto de Lei (PL) 2903/2023, aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal na tarde da quarta-feira (23/08). Agora, o PL segue para avaliação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de ir ao plenário do Senado.
Estiveram presentes na coletiva os coordenadores executivos da Apib, Kleber Karipuna e Dinamam Tuxá; o coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Alcebias Sapará; e as lideranças do povo Xokleng.
A expectativa é que os manifestantes marchem rumo à Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, a partir das 13hrs desta quarta.
Sobre a Apib
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil é uma instância de referência nacional do movimento indígena no Brasil, criada de baixo pra cima.
Ela aglutina sete organizações regionais indígenas (Apoinme, ArpinSudeste, ArpinSul, Aty Guasu, Conselho Terena, Coaib e Comissão Guarani Yvyrupa) e nasceu com o propósito de fortalecer a união de nossos povos, a articulação entre as diferentes regiões e organizações indígenas do país, além de mobilizar os povos e organizações indígenas contra as ameaças e agressões aos direitos indígenas