Indígenas fazem marcha em Brasília para denunciar aumento da violência
Grupo com representantes de nove etnias cobrou Justiça e disse que em 10 dias sete indígenas foram mortos em contexto de violência
atualizado
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Representantes de povos indígenas realizaram uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (15/9), em protesto contra a escalada de violência que atinge povos originários. Eles também cobraram Justiça pelos companheiros mortos e a demarcação de terras.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que atuou na organização do ato, em um período de 10 dias sete indígenas foram mortos em contexto de violência nos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul e Bahia.
O grupo formado por 120 lideranças de nove etnias, incluindo mulheres e crianças, se reuniu em frente ao Museu Nacional da República, por volta das 10h30. Eles ocuparam duas faixas do Eixo Monumental, passaram pela Praça dos Três Poderes e seguiram rumo ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Nossa reinvindicação é sobre o derramamento de sangue nas nossas terras no interior da Bahia. O povo Pataxó cobra Justiça pela morte de Gustavo, nosso irmão que morreu lutando pela demarcação. Não estamos invadindo terra de ninguém, queremos apenas viver em paz no que é nosso”, declarou o líder Suruí, da etnia Pataxó, ao Metrópoles.
Na madrugada de 4 de setembro, o indígena Gustavo Conceição da Silva, de 14 anos, da etnia Pataxó, foi morto em um ataque a tiros por pistoleiros no município de Prado, na Bahia. O caso ocorreu na região onde o povo originário realiza uma retomada de território.
Nas proximidades do Ministério, as mulheres do grupo tomaram a frente. O ato foi acompanhado pela Polícia Militar.
A cacique Pjcre Akrea, da etnia Gamela, do Maranhão, relembrou as perdas recentes. “O povo Gamela está cobrando Justiça. O povo Guajajara está morrendo. Somente ontem (quarta-feira), quatro indígenas Guajajara foram mortos. A gente pede de coração que a Justiça seja feita. Porque chega de sangue”, afirmou.
Veja o vídeo: