Indígenas denunciam invasão de comunidade por garimpeiros no Pará
Segundo a cacica Juma Xipaya, liderança indígena da região, os garimpeiros invadiram o território em uma balsa
atualizado
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Indígenas do território Xipaya, localizado cerca de 400 quilômetros de Altamira, no Pará, utilizaram as redes sociais para denunciar uma suposta invasão de garimpeiros ao local, na noite de quinta-feira (14/4).
Segundo a cacica Juma Xipaya, liderança indígena da região, os garimpeiros invadiram o local em uma balsa. “Estão destruindo o nosso território, estão com armas pesadas”, disse.
Juma disse que seu pai tentou se aproximar para entender o conflito, mas foi recebido violentamente pelos garimpeiros. A indígena contou que lideranças de outras aldeias se dirigiram ao local para tentar dialogar com os invasores.
“A gente está com muito medo de que sejam recebidos de forma violenta, com armas. A gente pede ajuda para os órgãos competentes. A gente está no meio de um feriado, já fiz contato com a Funai local, estamos com muito medo”, afirmou.
Veja o relato de Juma Xipaya:
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Na manhã desta sexta-feira (15/4), a página oficial do Ministério Público Federal (MPF) no Pará informou que o órgão está acompanhando o caso e que autoridades de fiscalização e segurança foram acionadas.
“Funai, Ibama, PF, PM, Força Nacional e ICMBio foram informados para tomarem as medidas necessárias”, publicou o perfil do MPF.
Sobre a invasão da Terra Indígena Xipaya, na região do médio Xingu, o MPF está acompanhando a situação e acionou ontem mesmo os órgãos de fiscalização e segurança. Funai, Ibama, PF, PM, Força Nacional e ICMBio foram informados para tomarem as medidas necessárias.
— MPF Pará (@MPF_PA) April 15, 2022
Conflitos por terra
Segundo o MPF, em nota divulgada no início da semana sobre invasões de garimpeiros ao território indígena Yanomami, em Roraima, “conflitos armados e ameaças de garimpeiros contra indígenas têm sido registrados com frequência”. É o que mostra relatório da Comissão Pastoral pela Terra, divulgado na segunda-feira (11/4).
De acordo com a instituição, foram registrados 35 assassinatos em conflitos no campo em 2021, um aumento de 75% em relação ao ano de 2020. Do total, 11 mortes foram em Rondônia. Outro massacre ocorreu em Mucajaí, sul de Roraima, com a morte de três indígenas Moxihatëtëa, que pertencem a um subgrupo Yanomami.