metropoles.com

Indefinição sobre saída de Gaza amplia drama de brasileiros

Brasileiros tiveram liberação para deixar a zona de guerra nessa sexta-feira, mas a passagem de Rafah foi fechada e eles seguem em Gaza

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Grupo de cidadãos brasileiros que aguarda autorização para sair da Faixa de Gaza
1 de 1 Grupo de cidadãos brasileiros que aguarda autorização para sair da Faixa de Gaza - Foto: Reprodução

Os brasileiros na Faixa de Gaza, enclave da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, ainda aguardam liberação para cruzar a fronteira com o Egito, pela passagem de Rafah, e serem repatriados. Neste sábado (11/11), a região seguiu fechada para estrangeiros e a incerteza continua no domingo (12/11), já que também não há previsão de espaço para escapar da zona do conflito, que dura mais de um mês.

Uma lista com 33 brasileiros e familiares chegou a ser aprovada na sexta-feira (10/11) para permitir a saída, prevista para aquele dia, mas, no posto de segurança da fronteira, eles foram impedidos de cruzar, porque a passagem de Rafah havia fechado. A decisão ocorreu em consequência da forte presença militar de Israel ao redor dos hospitais em Gaza.

Hasan Rabee é um dos brasileiros que tinha previsão de escapar da guerra na sexta e viajava rumo à passagem. “Acolhemos todo mundo, estamos no ônibus. Estávamos no grupo do Khan Yunis. Estamos indo agora para a fronteira de Rafah, e espero que consigamos viajar hoje. Chance muito grande”, falou nas redes sociais, antes de ter notícia da passagem fechada.


Não há uma data firmada para a evacuação dos brasileiros. Na quarta-feira (8/11), houve frustração do planejamento do governo federal, quando a lista do dia não continha os cidadãos do país, mesmo após ligações entre representantes de Israel e o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores. “A situação de Gaza não me permite dizer se será hoje, amanhã ou quando, são números e questões que dificultam a abertura”, falou Vieira na sexta.

Segundo o ministro, a preferência de passagem é das ambulâncias e, por isso, os brasileiros foram impedidos de cruzar a fronteira. No entanto, o Médicos Sem Fronteiras relatou dificuldade em evacuar os pacientes desde a intensificação de bombardeios no fim de semana, especialmente perto da área do hospital Al Shifa.

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, também disse que a saída de estrangeiros depende da passagem dos feridos. Dessa forma, os brasileiros deverão estar autorizados a deixar a região somente após a extensa travessia das ambulâncias.

A passagem de Rafah tem sido aberta para estrangeiros desde o dia 1º de novembro. No entanto, a saída sofreu interrupções em quatro dias: sábado (4/11), domingo (5/11), quarta-feira (8/11) e sexta-feira (10/11).

6 imagens
Além da migração, há o recebimento de material de ajuda humanitária em Gaza
Palestinos em Gaza, que estão expostos ao intenso bombardeio israelense, migram para as partes sul e central
Bombardeios seguem ocorrendo na Faixa de Gaza
Rastro de destruição se espalha pela Faixa de Gaza
Forças de Defesa de Israel promovem bombardeios em retaliação a ataques do Hamas
1 de 6

Migração de palestinos acontece por causa de bombardeios e ataques israelenses ao norte de Gaza

Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
2 de 6

Além da migração, há o recebimento de material de ajuda humanitária em Gaza

Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
3 de 6

Palestinos em Gaza, que estão expostos ao intenso bombardeio israelense, migram para as partes sul e central

Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
4 de 6

Bombardeios seguem ocorrendo na Faixa de Gaza

Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
5 de 6

Rastro de destruição se espalha pela Faixa de Gaza

Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
6 de 6

Forças de Defesa de Israel promovem bombardeios em retaliação a ataques do Hamas

Christopher Furlong/Getty Images

Mobilização do governo

Apesar das incertezas, o governo brasileiro segue preparado nos arredores da guerra. “Nossa embaixada no Cairo está mobilizada para recebê-los. Dois ônibus foram contratados para levá-los, quando passarem para o Egito tem serviço de ônibus para o aeroporto mais próximo, onde avião da FAB (Força Aérea Brasileira) está há praticamente um mês”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.

As negociações com outros países também continuam. “O governo brasileiro tem mantido contato com as autoridades, sempre examinando a possibilidade da libertação dos brasileiros no menor tempo possível”, completou Vieira.

Mais nomes na lista

O Ministério das Relações Exteriores, conforme o Metrópoles apurou, elabora outra relação de nomes de brasileiros e familiares para repatriação. Com a nova lista somada à inicial, entre 40 e 50 pessoas voltariam ao país.

O foco do governo federal continua nos 34 que deveriam ter saído na sexta-feira. A lista continha 33 nomes por engano, já que uma pessoa acabou deixada de fora. O problema, segundo Vieira, será corrigido.

A segunda relação de nomes, tida como complementar, dependerá de novas negociações. Até agora, o governo federal repatriou 1,4 mil brasileiros de Israel e da Cisjordânia, na Operação Voltando em Paz.

Colapso da saúde

O sistema de saúde na Faixa de Gaza está “à beira de um colapso”, segundo o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em meio aos novos bombardeios próximos a centros de saúde e clínicas.

Os ataques ao redor do hospital Al Shifa causaram uma situação “verdadeiramente catastrófica”, disse a coordenadora-geral do Médicos Sem Fronteiras (MSF) na área palestina, Ann Taylor. A organização humanitária apontou Israel como culpado pelo ataque ao hospital e relatou impossibilidade de sair do local.

O centro de saúde abriga centenas de pessoas, segundo o MSF, e está sem energia desde sexta. Mesmo assim, médicos e enfermeiros se recusam a deixar a região para poder amparar os feridos.

“De ontem de manhã até agora operamos cerca de 25 pacientes. Se eu não estiver aqui ou o outro cirurgião, quem cuidará dos pacientes?”, questionou o médico-cirurgião Mohammed Obeid.

O MSF pede, com urgência, um cessar-fogo para poder cuidar dos feridos. Além da violência, a organização internacional ressaltou o difícil acesso a água, comida e combustível.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?