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Indefinição eleitoral de Bolsonaro empaca formação de palanque em SP

Aliado ideológico de primeira hora, o ex-ministro Abraham Weintraub pleiteia o apoio oficial, mas precisou entrar na fila

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abraham weintraub atras de uma porta
1 de 1 abraham weintraub atras de uma porta - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Ainda sem partido, apesar da negociação avançada com o Patriota, o presidente Jair Bolsonaro tem apostado politicamente na polarização com o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em nível nacional, mas pouco avançou na formação de frentes estaduais para disputar as eleições do ano que vem. Seus adversários já mapeiam alianças e candidatos.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, com mais de 33 milhões de eleitores e domicílio eleitoral de Lula (além de João Doria, do PSDB), Bolsonaro está longe de uma definição e vê seus aliados se enciumando enquanto tenta testar em pesquisas o nome do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que não tem traquejo político nem identificação com o estado.

Ex-ministro da Educação de Bolsonaro e teoricamente seu aliado ideológico mais próximo no estado, o diretor do Banco Mundial Abraham Weintraub (ainda sem partido) vinha fazendo campanha pesada nas redes sociais para cacifar seu nome ao cargo, até pegar Covid-19 e ficar duas semanas ausente da internet.

Apesar da identificação com o “bolsonarismo raiz“, porém, o ex-ministro não conseguiu nenhuma sinalização de apoio do ex-chefe até agora.

Outro “esquecido” por Bolsonaro é o presidente da Fiesp Paulo Skaf (MDB), que pleiteia o apoio do aliado para concorrer ao governo paulista pela quarta vez.

E correndo por fora, mas também de olho no eleitor bolsonarista, buscam espaço o deputado federal “príncipe” Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL), que chegou a ser cotado para vice na chapa de Bolsonaro em 2018, e até o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mas os últimos acontecimentos policiais afetaram as lembranças ao seu nome.

Sem vínculo com o bolsonarismo de fato, mas disputando o eleitorado de perfil mais conservador, o deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei (por enquanto no Patriota), também mira a disputa do governo do estado na esperança de manter uma tendência de alta que o deixou quase empatado com o candidato bolsonarista Celso Russomanno (Republicanos) no quarto lugar da disputa pela prefeitura paulistana em 2020.

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O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
Ex-presidente Lula da Silva (PT)
Ex-ministro da Educação Abraham Weintraub
Paulo Skaf, presidente da Fiesp
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Irmãos Weintraub com Covid nos EUA

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O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub

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Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

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Ex-presidente Lula da Silva (PT)

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Ex-ministro da Educação Abraham Weintraub

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Paulo Skaf, presidente da Fiesp

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Para Ernesto Araújo, governo Bolsonaro virou "base do Centrão"

Jefferson Rudy/Agência Senado
Esperando as alianças

Na avaliação do cientista político Guilherme Casarões, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisador do Observatório da Extrema Direita, o presidente ainda está ganhando tempo, enquanto não vislumbra um cenário político mais definido.

“Bolsonaro ainda não tem clareza de qual vai ser a aliança política construída em torno das eleições do ano que vem. Então, qualquer lançamento precoce de candidaturas, por mais que tenham o apoio do bolsonarismo mais radical, seria uma maneira de excluir e alienar potenciais aliados”, avalia ele.

Não abraçar Weintraub, portanto, não é um sinal de que Bolsonaro esteja abrindo mão de seus aliados mais ideológicos, mas de que sabe que não pode queimar pontes agora com os partidos do Centrão que lhe dão sustentação no Congresso.

“Enquanto isso, ele vem fazendo vários balões de ensaio”, constata Casarões. “Comentou do general Pazuello para o governo do Amazonas, depois do Rio de Janeiro. Para São Paulo, tem sondado o Tarcísio, mas sem descartar o Luiz Felipe Bragança nem o Weintraub. Tem ainda muitas peças para ele mexer nesse tabuleiro, tem Ernesto Araújo, por exemplo. Mas o espaço deles vai depender dessas muitas variáveis políticas”, concluiu.

Passeio de moto

Bolsonaro planeja participar, no próximo dia 12 de junho, de um passeio de moto de apoio a ele na capital paulista. Apesar de ter alegado recentemente que esses eventos não são políticos, como parte da estratégia para livrar Pazuello de punições no Exército, o presidente costuma se deixar fotografar ao lado de aliados, além de chamá-los a discursar.

A lista de convidados a ficar perto do presidente no evento, portanto, deverá ajudar a entender como ele tem pensado as questões colocadas nesta reportagem.

Weintraub, porém, dificilmente estará em condições de pilotar uma moto no Brasil até lá, pois ainda se recupera da Covid nos Estados Unidos. “Uma cepa muito agressiva, mas que vou vencer”, disse ele em vídeo postado na última sexta-feira (4/6).

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