Incêndio no Vale da Lua tem contorno de mais de 10 km, diz ONG
Fogo se espalhou em volta do atrativo da Chapada dos Veadeiros e começou a subir serra. Turistas foram retirados no domingo (12/9)
atualizado
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Goiânia – As chamas que começaram na trilha do Vale da Lua, famoso atrativo da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, neste domingo (12/9), se espalharam em uma grande área e ainda resistem nesta segunda-feira (13/9).
Responsável por coordenar a Rede Contra Fogo, Amilton Sá, conta que a linha do fogo já é de mais de 10 km. Bombeiros de Goiás, ICMBio, PrevFogo e brigadistas passaram a madrugada combatendo o incêndio e continuam os trabalhos.
Cerca de 100 turistas chegaram a ficar ilhados no Vale da Lua, logo quando o fogo começou na manhã deste domingo. Eles foram retirados do local, sem ferimentos graves. Um deles teve queimaduras leves nos pés.
Risco real
A brigadista voluntária da Rede Contra Fogo, Giselle Cavati, participou do combate até o início da madrugada. Ela relata uma situação dramática na luta contra o fogo, por causa do relevo e vegetação típica da região.
“O terreno de combate era muito difícil. Ou ele era muito íngreme. Ou ele era muito fechado, com muito cipó e muito espinho. Então, o risco de alguém ficar preso, ficar entrelaçado ali e não ter como sair, ficar encurralado pelo fogo, era muito real”, diz Giselle.
O fogo queimou a região do Vale da Lua e seguiu tanto na direção da Serra do Segredo, como na direção de Alto Paraíso, ameaçando propriedades. Donos de imóveis já relatam perda de lavouras, segundo Giselle.
Amilton, da Rede Contra Fogo, defende a necessidade de pessoas treinadas no combate ao incêndio em pontos turísticos da Chapada. “Dentro de uma situação dessa, se tivesse brigadista ia ter mais controle”, avalia.
Outros focos
De acordo com a ONG, no final da tarde de domingo, chegou-se a ter quatro focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros. Além do fogo no Vale da Lua, havia fogo em Colinas do Sul, próximo às Loquinhas e no Vale do Macaco.
O fogo próximo às Loquinhas foi controlado e o de Colinas do Sul, que teria durado quase uma semana, está na fase de ser controlado, segundo Amilton Sá, da Rede Contra Fogo.
Brigadistas chamam a atual situação de “trinta, trinta, trinta”, que é quando a temperatura está acima de 30 graus, a umidade relativa do ar abaixo de 30% e os ventos acima de 30 nós.
O Metrópoles tenta contato com o oficial do Corpo de Bombeiros de Goiás responsável pelo combate ao incêndio na região, mas até o momento não obteve retorno.