Impeachment de Lula: Padilha acha “bizarro” aliados a favor do pedido
Ministro disse que o governo avaliará “providências”, mas não uma “punição” para quem apoiou o pedido
atualizado
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse não discutir “punição” para os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas considerou a atitude surpreendente.
“Vamos discutir providências, não significa punição, o papel do governo não é punir ninguém, mas analisar os posicionamentos”, afirmou, nesta quarta-feira (28/2). Líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães pretende apresentar ao governo uma relação dos congressistas que assinaram o pedido.
“À medida que o líder Guimarães trouxer essa lista vamos analisar com respeito, tranquilidade, respeito. Acho muito estranho, inesperado, que alguém que assine uma lista como essa queira participar do governo, seria algo bizarro que participasse do governo”, disse.
Na terça-feira (27/2), Guimarães postou no X (antigo Twitter) não ser “razoável” ou compatível “o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment“. “A minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências”, falou.
No entanto, Padilha negou ter sido discutido na reunião de hoje, com lideranças da Câmara, o tema do impeachment de Lula.
Cerca de 140 parlamentares, sendo quase 50 da base governista, assinaram o pedido para tirar Lula da Presidência do país, após o chefe do Executivo dar uma declaração comparando as ações de Israel, na guerra com o Hamas, ao Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o petista na Etiópia, no dia 18 de fevereiro.
Executivo e Legislativo
O ministro também detalhou algumas previsões de compromissos a serem realizados na próxima semana, a fim de reforçar a relação entre Executivo e Legislativo.
Há expectativa de uma reunião na terça-feira (5/3), ao fim do dia, entre Lula e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com líderes do Senado, no Palácio do Planalto.
Por enquanto, está mantida para o dia 7 de março o encontro de membros do governo com parlamentares representantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para debater os vetos feitos pelo Executivo à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.
Anteriormente, Padilha havia falado em possivelmente modificar os vetos em busca de “concordância e esclarecimento”, em meio a uma tentativa de aparar as arestas nas tratativas com o Congresso.