Impactados por afundamento em Maceió temem venda da Braskem
No documento, moradores alegam que a empresa tem dívida de R$ 7 bilhões a R$ 12 bilhões por causa dos danos materiais e imateriais
atualizado
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Carta divulgada por moradores e movimentos sociais de Maceió (AL) relembra o desastre ambiental de 2018, devido à exploração do minério sal-gema pela Braskem e mostra preocupação com a venda das ações da empresa, que deve movimentar R$ 8 bilhões.
A exploração feita pela empresa provocou afundamento de uma série de áreas de Maceió e impactou a vida de ao menos 55 mil pessoas diretamente. Reportagem especial do Metrópoles mostrou a tragédia provocada pela mineração.
Os autores da carta alegam que a Braskem tem uma dívida de até R$ 12 bilhões por causa dos danos materiais e imateriais devidos, em acordo assinado com as partes atingidas.
“Esses valores são relativos aos prejuízos materiais e imateriais causados pela empresa no megadesastre ambiental decorrente da mineração do sal-gema na cidade de Maceió, desastre que se tornou conhecido em março de 2018 e que já foi noticiado pela imprensa nacional e internacional”, dizem.
“Queremos que este documento chegue, especialmente, ao conhecimento da B3 e da bolsa de valores de Nova York, onde a empresa também atua, e à CVM e à ESC, controladoras do mercado de capitais no Brasil e nos EUA, respectivamente. Esperamos que os futuros controladores saibam dos problemas que irão enfrentar e que deverão resolver sem demora, pois o espaço para postergações exauriu-se junto com nossa paciência. Nunca duvidem que poucos cidadãos, comprometidos com seus semelhantes, possam mudar o status quo indesejado.”
O negócio é articulado pela Novonor, antiga Odebrecht, e pela Petrobras, controladoras da Braskem. A venda estava programa para 31 de janeiro, mas foi adiada devido à fraca procura.