Imagens mostram Jairinho recebendo sanduíche de diretor de presídio
De acordo com a Seap, não há indícios de que houve regalias ao vereador, porque o mesmo lanche estava sendo servido aos demais detentos
atualizado
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Rio de Janeiro – Imagens enviadas pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, na tarde de quinta-feira (15/4), mostram o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), no último dia 8, quando foi preso, no interior da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio.
O vídeo, exclusivo do jornal O Globo, de menos de 15 segundos, revela o político recebendo um sanduíche das mãos do próprio diretor da unidade, Ricardo Larrubia da Gama, por volta das 15h30. Por causa das denúncias, o gestor pediu exoneração.
Segundo o secretário de Administração Penitenciária do estado, Raphael Montenegro, o lanche entregue por Larrubia no dia da filmagem é o mesmo que era servido para os demais detentos. De acordo com Montenegro, não há indícios de que houve regalias ao preso.
O secretário explicou que não foi aberto nenhum procedimento para investigar as denúncias de que o vereador teve tratamento privilegiado na prisão, pois as imagens das câmeras de segurança da cadeia foram analisadas e nada foi constatado. Apesar disso, Ricardo Larrubia pediu demissão do cargo.
Jairinho e a mulher, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, mãe do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, são acusados de envolvimento na morte da criança, no dia 8 de março. O casal está preso desde o último dia 8.
Entenda o caso Henry
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, pai de Henry, ele e o filho passaram o fim de semana juntos, divertindo-se.
Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa em que o garoto morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O garotinho morreu às 5h42, segundo registro policial feito pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.