IFA para Coronavac pode chegar até o fim de maio, diz secretário
Na última sexta-feira (14/5), Butantan entregou 1,1 milhão de doses do imunizante e paralisou a produção por falta de matéria-prima
atualizado
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a produção da Coronavac, no Instituto Butantan, pode chegar ainda no mês de maio.
Na última sexta-feira (14/5), o laboratório entregou 1,1 milhão de doses do imunizante e paralisou a produção por falta de matéria-prima. O instituto aguarda a liberação de 10 mil litros do ingrediente, importado da China, suficientes para a produção de 18 milhões de doses.
A declaração de Rodrigo Cruz foi dada nesta segunda-feira (17/5), durante audiência pública interativa da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado Federal. Durante a reunião, autoridades discutiram entraves para aquisição de vacinas pelo país, a cooperação técnica internacional e as possibilidades de auxílio ao Brasil no combate ao coronavírus.
O gestor disse ter participado de conversas com integrantes do Instituto Butantan e que “há uma sinalização” para que o IFA chegue ao Brasil até o dia 2 deste mês.
No entanto, a data da entrega ainda não foi fechada e o Ministério da Saúde aguarda uma resposta da China. A confirmação deve ser divulgada até o final do dia, afirmou o secretário.
“Ainda há pouco conversei com o pessoal do Instituto Butantan. Hoje, teremos uma confirmação, mas existe uma possibilidade de remessa do IFA ainda no mês de maio, há uma sinalização pra que isso chegue aqui por volta do dia 25. Mas ainda pendente de confirmação por parte da China”, ressaltou Cruz.
O país asiático é responsável pela distribuição de toda a matéria-prima das vacinas produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan. Segundo o secretário-executivo do ministério, a pasta tem um contrato de 100 milhões de doses do laboratório formalizado, e pretende formalizar a aquisição de mais 30 milhões até o fim do ano.
Escassez
Na última semana, o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), atribuiu o atraso na autorização do envio da matéria-prima aos ataques do governo federal ao país asiático. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insinuou que a China teria criado o vírus em laboratório.
De acordo com o Butantan, até que a matéria-prima tenha autorização para ser exportada ao Brasil, a fábrica responsável pela produção da Coronavac deve assumir a fabricação da vacina da gripe. O diretor do instituto, Bruno Covas, afirmou que 3 mil litros de IFA eram aguardados até este sábado (15/5), mas não há previsão de entrega do material.