Idoso considerado pessoa mais velha com Down do país morre aos 73 anos
João Batista faleceu em casa, em Caçu (GO), na tarde dessa segunda-feira (26/7). Ele recebeu o título de recorde pela idade em 2018
atualizado
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Goiânia – Morreu em Caçu, cidade que fica a 339 quilômetros de Goiânia, no sudoeste do estado, o senhor João Batista Rezende, aos 73 anos. Ele ficou conhecido em 2018, após receber o título de recorde de pessoa com síndrome de Down mais velha do Brasil.
João faleceu na tarde de segunda-feira (26/7), em casa, depois de apresentar, desde o início do mês, um quadro crescente de debilidade. Nos últimos dias, ele já estava acamado, segundo a família, e já não conseguia manter a rotina que tanto o caracterizou em vida. Ele era bastante ativo e fazia uma série de atividades no dia a dia.
Os hábitos, inclusive, foram considerados cruciais pelos médicos para que ele superasse a expectativa de vida de pessoas com síndrome de Down e chegasse aos mais de 70 anos. Com o avanço da medicina, pessoas com a síndrome, hoje em dia, chegam aos 60 anos, mas décadas atrás a expectativa girava em torno dos 30 anos.
João era o mais velho de três irmãos e vinha sendo cuidado pela irmã caçula, Olegária Cândida de Rezende Borges. “Foram 23 dias de sinais de que ele já não estava bem. A gente foi percebendo isso. Ele já estava lento para comer, só ficava deitado, não conseguia ficar em pé e não queria sair de casa”, relata ela.
Recorde
Em 2018, quando ele completou 70 anos, a família começou a suspeitar de que ele pudesse ser a pessoa com síndrome de Down mais velha do país. O sobrinho Hallyson Hedhen foi quem tomou frente do processo de descoberta, organizou os documentos e procurou, à época, uma empresa que faz rankings de recordes no Brasil.
“A gente pesquisou e descobrimos que o último recorde era de uma pessoa com idade inferior a dele. Juntamos os documentos, apresentamos e demoraram uns três meses até tudo ser oficializado”, conta Hallyson.
João Batista recebeu o certificado oficial, o troféu e até uma camiseta com a frase: “sou recordista”. Ele foi personagem de inúmeras reportagens e virou um símbolo da resistência de pessoas com síndrome de Down no Brasil.
“Ele era animado, dava bom dia para todos, gostava de fazer passeios, participava de bailes da terceira idade e viajava sempre em caravanas da Apae”, descreve a irmã Olegária. João foi sepultado em um cemitério de Caçu.