Idosa mantida em cárcere por parentes morreu ao saber de assassinato do filho
Informação foi dada à polícia pelos familiares suspeitos dos crimes. Eles são investigados pela morte da idosa e do filho, em Goiânia
atualizado
Compartilhar notícia
O trio suspeito de matar dois idosos, em Goiânia (GO), após tentar extorquir as vítimas para pagamento de agiotas, admitiu à Polícia Civil do Goiás (PCGO) que Sebastiana Aparecida Barbosa, 85 anos, morreu ao saber que o filho havia sido assassinado. De acordo com a versão dos acusados, a mãe entrou em um quadro grave de ansiedade ao receber a notícia e faleceu poucos dias depois.
O depoimento foi dado depois que os três suspeitos acabaram presos, na última sexta-feira (27/1), investigados por matar e ocultar o corpo das vítimas. Durante a apuração do caso, os policiais constataram que Luciene Soares Theodoro de Andrade, 52, Eduardo José de Andrade, 25, e José Eterno de Andrade, 59, eram parentes dos mortos.
O corpo da idosa foi encontrado, na última quinta (26/1), às margens da BR-153, em Goiás. A polícia localizou o corpo do filho, o auditor fiscal Carlos Alberto Barbosa, 64, em um canavial da divisa entre Goiás e Minas Gerais.
Segundo as investigações, o homem foi assassinado em 19 de janeiro, depois de os criminosos roubarem as jóias e o carro dos moradores para uma viagem. Quando os suspeitos retornaram, a morte do idoso foi informada para a mãe.
“De volta a Goiânia, os suspeitos deram a notícia da morte do filho à mulher, mentindo que teria sido por problemas de saúde. A idosa passou por grande sofrimento e, segundo narrativa dos investigados, estes passaram a administrar remédios ansiolíticos a ela. Com a piora em seu estado de saúde, a mulher morreu, na última quarta-feira (25)”, informa nota da PCGO.
Relembre o caso
Os três investigados pelo crime são moradores de Minas Gerais, mas viajaram para Goiânia em 15 de janeiro, quando se acomodaram na casa das vítimas, em um prédio na Avenida Goiás, Setor Central de Goiânia.
Com a desculpa de uma breve visita, o trio passou a dopar a refeição dos familiares para mantê-los em cárcere privado e roubar as senhas bancárias. A intenção era pagar uma dívida que os criminosos acumularam com agiotas na cidade natal.
Diante da recusa das vítimas em informar os dados de acesso, os suspeitos passaram a roubar boa parte dos bens físicos dos presos, entre jóias, dinheiro e o carro da mãe e do filho.
Depois da morte de Carlos Alberto, imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que os suspeitos carregaram o corpo de Sebastiana para fora do edifício, em uma cadeira de rodas.
Em depoimento à polícia, José Eterno, preso em Goiânia na última sexta (27/1), confessou os crimes. Os outros dois acusados pelos assassinatos, Luciene Soares e Eduardo José, foram encontrados em Ituiutaba (MG) por agentes locais. Um quarto suspeito é procurado pelos investigadores.
O trio ainda é acusado do homicídio de outra parente, em Prata (MG), desaparecida na cidade mineira.