IDH 2018: quase estagnado, Brasil ocupa a 79ª posição no ranking
Em relação a 2017, o país subiu 0,001 no Índice de Desenvolvimento Humano, mas decresceu uma posição na lista
atualizado
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O Brasil ficou na 79ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com nota de 0,761 para 2018, entre 189 países e territórios. Em relação a 2017, o país subiu 0,001 no valor, mas decresceu uma posição na lista.
Os dados, aos quais o Metrópoles teve acesso, serão lançados nesta segunda-feira (09/12/2019), em Brasília, pelo escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
De acordo com o Relatório Global de Desenvolvimento Humano (RDH) 2019, a performance nacional evidencia “leve crescimento” e sinaliza “tendência de melhora constante” desde o início da série histórica, em 1990.
O documento, entretanto, aponta que, apesar dos ganhos substanciais em saúde, educação e padrões de vida, as necessidades básicas de muitas pessoas permanecem não atendidas, indicando que uma próxima geração de desigualdades se inicia.
Segundo o relatório, enquanto a esperança de vida ao nascer e a renda per capita subiram no Brasil, os anos esperados de escolaridade e a média de anos de estudo ficaram estagnados – ou seja, os resultados na área de educação “travaram” o crescimento do índice brasileiro.
O Pnud também mediu a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH. Neste caso, o Brasil ficou com o índice 0,574 e ocupou a 102ª posição. O país foi o que mais perde posições no ranking mundial quando o valor é ajustado à desigualdade, ou seja, se leva em consideração as distorções em saúde, educação e renda.
Houve perda de 24,57% no valor, o que faz o Brasil cair 23 posições quando comparado ao restante do mundo. De acordo com o relatório do PNUD, a fatia dos 10% dos mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. O universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, a segunda maior concentração do mundo nesta parcela populacional – atrás apenas do Qatar (29%).
O IDH é um indicador que vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, mais desenvolvida é a nação de acordo com o cálculo. A avaliação leva em consideração saúde (expectativa de vida), educação (expectativa de escolaridade e média de anos de estudo para pessoas com 25 anos ou mais) e renda.
América do Sul
O Brasil é considerado um país de Alto Desenvolvimento Humano, uma espécie de segundo escalão na lista, dividindo a posição com a Colômbia. Na América do Sul, os dois países compartilham a 4ª posição do IDH. Chile, Argentina e Uruguai aparecem na frente.
O RDH aponta que o Brasil teve o 5º maior crescimento na região entre 2010 e 2018, atrás da Bolívia, Chile, Equador, Peru e Guiana. Porém, entre 2013 e 2018, caiu três posições no ranking.
Diferenças entre gêneros
Um dos recortes do relatório traz o retrato das diferenças sociais e econômicas entre homens e mulheres (gênero). No Brasil, em média, a renda feminina é 42% menor que a masculina, mesmo as mulheres apresentando melhor desempenho na dimensão educação, fator-chave para o desenvolvimento das atividades laborais.
Nas informações que abordam o empoderamento feminino, o relatório aponta que o país tem apenas 15% dos assentos preenchidos por mulheres nas funções parlamentares, o que deixa o Brasil atrás, regionalmente, do Chile, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai.
A boa notícia é que na América do Sul, no painel sustentabilidade socieconômica, os gastos com pesquisa e desenvolvimento, em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), colocam o Brasil na primeira posição.
O lançamento do Relatório Global de Desenvolvimento Humano (RDH) 2019 terá a presença da representante-presidente do PNUD no Brasil, Katyna Argueta, e de autoridades do governo, da sociedade civil, do setor privado, da academia, do corpo diplomático e de organismos das Nações Unidas.
A coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD no Brasil, a economista Betina Barbosa, apresentará os resultados do relatório, entre eles, a atual situação do Brasil, conforme os indicadores de acesso à saúde, educação e distribuição de renda medidos até 2018.