IBGE volta a usar o termo favela no Censo após demanda de moradores
O IBGE informou, nesta quinta-feira (23/1), que vai substituir o temo “aglomerados subnormais” por “favelas e comunidades urbanas”
atualizado
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma novidade nesta terça-feira (23/1). A partir de agora, a pesquisa do Censo vai substituir a denominação dos “aglomerados subnormais”, adotada pelo instituto desde 1991. A nova denominação, que foi discutida amplamente pelo instituto com movimentos sociais, comunidade acadêmica e diversos órgãos governamentais, será “favelas e comunidades urbanas”.
Na prática, o IBGE retoma o termo “favela”, utilizado historicamente pelo órgão desde 1950, junto ao termo “comunidades urbanas”, de acordo com identificações mais recentes.
Segundo o IBGE, não houve alteração no conteúdo dos critérios que estruturam a identificação e o mapeamento dessas áreas e que orientaram a coleta do Censo Demográfico 2022. “Trata-se da adoção de um novo nome e da reescrita dos critérios, refletindo uma nova abordagem do instituto sobre o tema”, informou o IBGE.
“A divulgação dos resultados do Censo 2022 será realizada, no segundo semestre, de forma condizente com os critérios utilizados para a identificação, o mapeamento e a coleta censitária. A nova nomenclatura foi escolhida a partir de estudos técnicos e de consultas a diversos segmentos sociais, visando garantir que a divulgação dos resultados do Censo 2022 seja realizada a partir da perspectiva dos direitos constitucionais fundamentais da população à cidade”, diz Cayo de Oliveira Franco, Coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE.
Segundo projeções da ONU-Habitat 2022, cerca de um bilhão de pessoas vivem atualmente em favelas e assentamentos informais, em todo o mundo. Esse número pode estar subestimado, frente às dificuldades de captação dos dados em diversos países e à dinamicidade de formação e dispersão desses territórios. De acordo com a ONU-Habitat, em 2021, cerca de 56% da população do planeta vivia em áreas urbanas, e essa taxa deve subir para 68% em 2050.