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IBGE: pessoas com deficiência têm menos acesso ao mercado de trabalho

Segundo estudo do IBGE, apenas 29,2% das pessoas com deficiência estão empregadas. Grupo sofre com menores salários e baixa formação

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Mulher de costas em cadeira de rodas
1 de 1 Mulher de costas em cadeira de rodas - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Brasileiros com algum tipo de deficiência têm mais dificuldade de inserção no mercado de trabalho e de continuidade na educação do que as demais pessoas. Entre eles apenas 29,2% estão efetivamente empregados, enquanto o número para quem não tem deficiência é de 66,4%.

As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2022, divulgada nesta sexta-feira (7/7) e feita em parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).

Embora dados sobre pessoas com deficiência (PcD) tenham aparecido em levantamentos como o Censo Demográfico 2010 e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), é a primeira vez que o Pnad aborda o tema. Isso permite a comparação de dados entre pessoas com e sem deficiência.

“Nós, institutos oficiais de estatística, quando produzimos estatística, fazemos isso com o intuito de melhorar a vida das pessoas. Coletamos dados para que políticas sejam formuladas e desenvolvidas com alcance para toda a sociedade”, reforçou o presidente substituto do IBGE, Simar Azeredo, durante lançamento do relatório no MDHC.

O estudo revela que apenas 25,6% das pessoas PcD concluíram o ensino médio, enquanto 57,3% dos brasileiros sem deficiência tinham esse nível de instrução. No nível superior, os índices dos dois grupos são de, respectivamente, 7% e 20,9%.

As diferenças de oportunidade, porém, refletem um problema de base na educação dessas pessoas. Isso porque o estudo identificou que 19,5% do grupo inédito são analfabetas, contra 4,1% dos demais membros da população.

Concentração no trabalho informal

Mesmo com o avanço no nível de formação, as oportunidades se apresentam de maneiras diferentes para as duas partes comparadas pela pesquisa. Enquanto 54,7% das pessoas com deficiência com diploma de nível superior trabalham, o índice é de 84,2% para a parcela sem deficiência.

Com esse cenário, o trabalho informal é a oportunidade para muitas pessoas PcD. Cerca de 55% do grupo trabalham na informalidade. O número é maior do que os 38,7% trabalhadores informais entre pessoas sem deficiência.

A diferença da renda é mais um aspecto que chama a atenção na comparação. A renda média do trabalho para os sem deficiência é de R$ 2.690. Para aqueles com deficiência, é R$ 1.860, valor 30,8% mais baixo. Para mulheres com deficiência, o número é ainda menor: a média salarial chega a R$ 1.553.

“Mesmo com os avanços na Pnad, ainda existem lacunas em nosso conhecimento. Ainda precisamos aprender mais sobre grupos específicos, como as pessoas com deficiência que vivem em situação de rua ou estão institucionalizadas. É nossa responsabilidade continuar em busca dessas informações”, mencionou Anna Paula Feminella, secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

O estudo publicado pelo IBGE contabilizou, no total, 18,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no país. A somatória reúne brasileiros que tenham 2 anos ou mais de idade. Entre eles, 47,2% tinham 60 anos ou mais, a maior concentração nas faixas etárias contempladas pelo estudo.

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