IBGE: 1,8 milhão de brasileiros foram vítimas de assalto em 2021
Celular aparece como o item mais procurado pelos criminosos, presente em 83,7% dos casos de assalto fora de casa
atualizado
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Em 2021, cerca de 1,8 milhão de pessoas foram vítimas de assalto no Brasil, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados apontaram, ainda, que o telefone celular é o bem que mais atrai os criminosos. Cerca de 83,7% das pessoas relataram ter o aparelho roubado no último assalto na rua que enfrentaram.
O estudo considera informações sobre roubos dentro e fora do domicílio das vítimas, além de mapear quais foram os itens mais visados pelos assaltantes e a presença ou não de armas durante a abordagem.
Além disso, a pesquisa, realizada em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostrou uma subnotificação de casos relatados à polícia. Quase 58% das vítimas assaltadas nas ruas não procuraram ajuda em delegacias ou órgãos semelhantes, assim como 57,1% daquelas que foram roubadas dentro de casa.
Por considerar relatos que chegaram ou não à polícia, os dados do IBGE diferem do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, um estudo que leva em conta apenas os casos notificados.
O levantamento foi realizado durante a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do quarto trimestre de 2021.
Uso de arma
O estudo mostrou que os assaltantes apresentaram porte de alguma arma, principalmente, durante o roubo de carros (95% dos casos), motos (86,2%) em abordagens fora de domicílio da vítima (80,1%).
A arma de fogo é a mais presente nesses casos, aparecendo em 7 de cada 10 roubos nas ruas no Brasil. Em quase 98% dos roubos de carro, por exemplo, o criminoso utilizou esse tipo de artifício. Em roubos de bicicleta, o número cai para 69,5%.
Tipos de bens mais roubados
Considerando os casos que aconteceram dentro da casa da vítima, o celular também é o item mais roubado, com 64% das ocorrências. Logo em seguida, o dinheiro em espécie, os documentos pessoais das vítimas e o cartão de débito ou crédito aparecem no ranking. Eles estão em, respectivamente, 31%, 16% e 15% dos relatos.
Outros objetos como joias e bijuterias, aparelhos eletrodomésticos, roupas e computadores aparecem com porcentagens abaixo de 20%.
Em 2021, um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou que 1,6 celulares eram furtados por minuto no Brasil naquele ano.
A pesquisa considerou que mais de um item pode ter sido roubado da vítima no mesmo relato.
Os roubos fora de domicílio totalizaram 1.396.000 dos depoimentos dados ao IBGE, enquanto os crimes em residência representaram 195 mil dos casos. Roubos de carros, motos e bicicletas somaram, em sequência, 117 mil, 105 mil e 55 mil.
Procura pela polícia
O estudo observou que existe um perfil específico de crime que costuma procurar ajuda de policiais. Aproximadamente 91% dos roubos de carro chegaram ao conhecimento das autoridades, a maior porcentagem de busca no levantamento.
Em contrapartida, para os casos não relatados, 26,9% das vítimas afirmaram que “não acreditava na polícia” e, por isso, decidiu seguir por outros meios. Outras 9,3% disseram que o item “não era importante”.