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Hospital que trata Covid-19 rescinde contratos de médicos em Goiás

Unidade da Região Metropolitana de Goiânia desmente alegações de atraso salarial e dispensa profissionais que ameaçaram demissão coletiva

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Rodrigo Estrela/Divulgação
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1 de 1 goias hmap - Foto: Rodrigo Estrela/Divulgação

Goiânia – A organização social (OS) que é responsável pela gestão do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), cidade que fica na Região Metropolitana de Goiânia, rescindiu, nesta sexta-feira (12/2), o contrato com a empresa que responde pelos médicos intensivistas que ameaçaram saída coletiva, por suposto atraso salarial.

A unidade, que é referência em tratamento de pacientes com Covid-19 e que chegou a receber pessoas transferidas de Manaus (AM), em decorrência da crise sanitária no Amazonas, é gerida pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH). Em nota, a OS diz serem falsas as afirmações feitas pelos médicos em suposta carta redigida para pedir demissão coletiva.

O Metrópoles mostrou nessa quinta-feira (11/2) a mobilização dos profissionais que atuavam na UTI da unidade, reivindicando o pagamento de valores atrasados e reclamando sobre a falta de insumos no hospital.

“Os repasses de recursos pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia ao HMAP estão rigorosamente em dia, em estrito cumprimento do contrato de gestão. O pagamento de fornecedores pelo HMAP também está rigorosamente em dia, garantindo pleno atendimento aos pacientes da unidade”, afirma o texto da nota.

Os médicos apresentaram queixas sobre atrasos que vêm desde dezembro de 2020, segundo eles. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que todos os repasses foram feitos em dia e a OS diz ter feito o mesmo para a empresa que responde pelos médicos, contratados como Pessoa Jurídica (PJ). O problema, suspeita-se, estaria na intermediação feita por essa empresa.

Diante disso, o IBGH decidiu por rescindir o contrato e colocá-lo sob análise para avaliar o cumprimento dos serviços que foram contratados pelo hospital. Só após essa fase, os valores devidos serão quitados, ajustados ou não, a partir do que for decidido pela auditoria.

IBGH: “Atendimento segue normalmente”

A presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Franscine Leão, disse nessa quinta-feira que a situação na unidade já estaria gerando um cenário de desassistência aos pacientes e que médicos plantonistas estariam se negando a pegar plantões durante este fim de semana, por causa dos atrasos nos pagamentos.

O IBGH rebate as afirmações e diz que não houve e não haverá interrupção dos trabalhos. “O atendimento no HMAP segue normalmente, sem qualquer alteração, inclusive com recente ampliação da oferta de leitos e atendimento”, afirma a nota.

Processo de seleção

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia informou que existe um processo de seleção em andamento, desde o dia 28/1 deste ano, para escolher uma nova OS para gerir o hospital. Ao órgão, o IBGH informou que houve uma reestruturação da equipe e que novos médicos intensivistas foram contratados.

O HMAP recebeu 14 dos 48 pacientes de Manaus que foram transferidos para Goiás, até então. Os que foram enviados para a unidade vieram na primeira viagem, no dia 18 de janeiro. Sete deles já receberam alta, seis faleceram e um segue na enfermaria em uso de oxigênio com baixo fluxo.

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