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Hospital explica o que levou à amputação de mão de paciente após parto

Empresa afirma que abriu sindicância com apoio de perícia independente especializada. Ministério Público e polícia investigam o caso

atualizado

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Reprodução/TV Globo
Foto colorida de mulher com mão amputada segurando bebê no seu colo
1 de 1 Foto colorida de mulher com mão amputada segurando bebê no seu colo - Foto: Reprodução/TV Globo

A rede de hospitais onde uma mulher grávida teve um braço amputado durante o parto explicou o quadro médico que levou à medida extrema. Gleice Kelly da Silva, 24 anos, perdeu o punho e a mão esquerdos depois de dar à luz o terceiro filho no Hospital da Mulher Notre Intermédica de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.

Segundo posicionamento da empresa, em nota, foi aberta uma sindicância com apoio de perícia independente especializada. O hospital conta que o parto aconteceu sem intercorrências, com o bebê vivo e bem, mas a paciente teve hemorragia pós-parto. (Veja a nota completa no final da matéria)

“Tenho vergonha”, lamenta mãe que teve mão amputada após parto

Depois disso, o braço esquerdo da paciente apresentou isquemia, quando há falta de fornecimento sanguíneo para um órgão ou tecido. “O braço esquerdo foi imediatamente tratado desde os primeiros sinais de isquemia secundário ao choque hemorrágico, conforme consta no relatório médico”, diz o hospital.

Ministério Público investiga

Após a repercussão do caso, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) e a Polícia Civil do estado investigam o ocorrido. A diretoria do hospital onde foram feitos os procedimentos seria ouvida nesta quinta-feira (19/1). A oitiva foi adiada a pedido da defesa da empresa.

Veja o posicionamento da empresa na íntegra: 

O Hospital informa que procurou a paciente e a sua advogada para prestar todos os esclarecimentos solicitados, porém informaram que somente estariam disponíveis na próxima semana. Em resumo, declara que sindicância realizada com apoio de perícia independente especializada apurou o seguinte:

1) A paciente tinha histórico de múltiplas gestações, inclusive com algumas complicações, o que aumenta risco de hemorragia pós-parto, além de diabete gestacional.

2) O parto ocorreu sem intercorrência, com bebê nascido vivo e bem.

3) A paciente apresentou quadro importante de hemorragia pós-parto, evoluindo para um choque hemorrágico grave secundário a atonia uterina e inversão uterina. Tal quadro é responsável por 60% de mortes maternas no período pós-parto: 45% destes óbitos ocorrem nas primeiras 24 horas. A hemorragia pós-parto é responsável por 25% de todas as mortes maternas no mundo, segundo a literatura medica.

4) As medidas imediatas tomadas na unidade hospitalar garantiram a manutenção da vida da paciente.

5) O braço esquerdo foi imediatamente tratado desde os primeiros sinais de isquemia secundário ao choque hemorrágico, conforme consta no relatório médico.

6) Todas as medidas e decisões tomadas priorizaram salvar a vida da paciente até que ela apresentasse melhores condições para transferência para um hospital de maior complexidade.

7) A paciente recebeu assistência de todos os médicos, especialistas e recursos necessários na tentativa de preservar o braço esquerdo. Porém, devido à irreversível piora do quadro com trombose venosa de veias musculares e subcutâneas, houve a necessidade de se optar pela amputação do membro em prol da vida da paciente.

O Hospital lembra que afastou a liderança da unidade objetivando a transparência nas apurações e reitera seu compromisso em continuar prestando assistência e dando o suporte necessário à paciente. As demais denúncias agora apresentadas também serão apuradas com critério e rigor”

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