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Hospital em Porto Alegre cria grupo para decidir quem usará ventilador

HCPA tem superlotação na UTI e não possui ventiladores de uso contínuo para todos, forçando seleção de intubação

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Hospital de Clínicas de Porto Alegre HCPA
1 de 1 Hospital de Clínicas de Porto Alegre HCPA - Foto: Divulgação/HCPA

A superlotação em leitos para tratamento de Covid-19 no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) forçou a diretoria do hospital a criar um grupo que vai decidir quem poderá ser intubado e, portanto, ter mais chances de sobreviver.

Os profissionais fazem uma revisão dos setores do hospital, apoiando as equipes na decisão de transferência e seleção da intubação com ventilação mecânica. Também se comunicam com os familiares dos doentes mais graves.

Na sexta-feira (5/3), o HCPA atingiu 126% de ocupação em leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No domingo (7/3), essa taxa baixou. O hospital federal estava tratando de 187 internados em 167 leitos, uma taxa de 112%.

No sábado (6/2), o infectologista Alexandre Zavascki declarou em suas redes sociais que ventiladores estavam em falta no hospital. Ele se baseava em afirmação da presidente da unidade, Nadine Clausell.

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CTI com 116% de ocupação em Porto Alegre
Equipe responsável pelo tratamento de pacientes graves de Covid-19
Enfermeiros tentam atender pacientes graves de Covid-19 em CTI lotada
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Hospital lotado em Porto Alegre (RS)

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CTI com 116% de ocupação em Porto Alegre

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Equipe responsável pelo tratamento de pacientes graves de Covid-19

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Enfermeiros tentam atender pacientes graves de Covid-19 em CTI lotada

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Hospital das Clínicas de Porto Alegre

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Leitos tiveram que ser improvisados pela quantidade de pacientes no local

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Pacientes graves esperam atendimento em uma sala de emergência do hospital

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Profissionais da saúde de outras áreas foram realocados por causa da gravdiade da situação

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Profissionais tentam acomodar os pacientes

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Números do governo

A afirmação vai contra dados divulgados pelo governo do Rio Grande do Sul, que dizem que há respiradores disponíveis.

A epidemiologista Jeruza Lavanholi Neyeloff declarou ao jornal Zero Hora que o problema não é o número de aparelhos, mas o tipo. “Os números do site do governo estão certos. Temos ventiladores disponíveis, mas não em quantidade suficiente do tipo que precisamos agora”.

“Alguns pacientes são mais difíceis de ventilar. Não basta ligar a máquina e apertar o play. Mesmo os pacientes que já deixaram a UTI precisam continuar em ventilação mecânica”, afirmou a médica.

Segundo a equipe médica, os pacientes que chegam apresentam quadros muito graves, com a taxa de intubação variando entre 70% e 80%.

Em nota à imprensa, o HCPA diz que possui 167 ventiladores, 145 são ventiladores de uso contínuo, ideais para pacientes com Covid-19. Os outros 22 são usados para fazer anestesia em procedimentos cirúrgicos, e funcionam apenas por um curto período.

Situação

Dos 145 ventiladores de uso prolongado, apenas 105 são de alta performance. Na sexta-feira, 109 pacientes precisavam de ventilação mecânica de alta performance, afirma nota do HCPA à imprensa.

“Aparelhos mais antigos ou mais simples, que são adequados para tratar pacientes sem patologia pulmonar, não são suficientes para a ventilação mecânica de pacientes com Covid-19”, declara o hospital.

O HCPA também diz que, além de 109 pessoas usando a ventilação mecânica, “há também, em leitos de enfermaria, 34 pacientes em suporte ventilatório não invasivo, pacientes que também deveriam estar em ambientes de tratamento crítico, que têm risco de apresentarem piora em seus quadros clínicos e necessitarem uso de ventilação mecânica.”

“Nesse contexto, o HCPA solicitou auxílio aos gestores municipais e estaduais para aquisição de equipamentos com características técnicas que atendam às necessidades dos pacientes com covid-19, e segue realizando esforços para suprir a demanda e garantir a assistência”, diz a nota do hospital.

Para além da situação do HCPA, os hospitais de Porto Alegre estavam com taxa média de ocupação de 104,6%, com 212 pacientes à espera de leito de UTI.

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