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Hospital de Trindade onde bebês foram trocados já teve caso semelhante

Situação aconteceu em 2017 e foi resolvida em de 24 horas. Ao Metrópoles, mães contam sobre trauma que permanece mesmo após a troca

atualizado

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1 de 1 bebeees-trocados - Foto: arquivo pessoal

O caso dos bebês trocados no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), no último dia 9 de julho, não foi o primeiro registrado na unidade. Duas mães já passaram por uma situação semelhante em agosto de 2017 no mesmo hospital. Contudo, na ocasião, o erro foi confirmado em menos de 24 horas e as crianças logo foram destrocadas.

As duas mães que tiveram o bebê trocado há cerca de dois anos conversaram com o Metrópoles e, após um acordo entre ambas, preferiram não se identificar, em respeito às outras mães. “A mensagem que estou passando é (apenas) para que o hospital possa melhor o atendimento”, explicou uma delas.

O dia está marcado indelevelmente na memória: 17 de abril de 2017. As mães contaram que, especificamente no seus casos, os recém-nascidos foram trocados ao sair do centro cirúrgico. “Quando eu entrei para a sala de parto, entrou a outra mulher, e logo após começou o meu procedimento. Só que ela entrou primeiro e saiu por último, e a bebê dela chegou para mim”, explica a costureira de 28 anos.

No entanto, a outra mãe, uma dona de casa de 33 anos foi a primeira a perceber que o bebê havia sido trocado. Logo de cara, assim que recebeu a criança ao sair do centro cirúrgico, já na sala de pós-parto, ela desconfiou. “Quando chegou no quarto que eu bati o olho na criança, ela não tinha as características que tinha visto a princípio. Imediatamente eu falei para a enfermeira: ‘Essa menina não é a minha’.”

Sobre o caso de 2017, quem administrava o hospital era o Instituto Gerir. À época, a administração garantiu que todas as providências para solucionar o problema foram tomadas e que deram toda assistência às famílias. As mães contam que o problema realmente foi resolvido de forma rápida, mas que, ainda assim, deixou constrangimentos.

“Passei crise de choro emocional. Fiquei muito abalada e nervosa. Meu marido já pensou mil e uma coisas. Foi uma coisa que doeu muito para mim e eu fiquei me culpando por muito tempo. Eu não desejo para ninguém isso. Um pesadelo dentro do hospital”, explica a costureira.

A outra mãe, que estava anestesiada na ocasião, conta que o marido ficou mais abalado ainda com a situação. “Fiquei confusa demais, mas eu estava anestesiada. Logo que cheguei no quarto meu esposo entrou e também percebeu que a menina não tinha nada a ver com a gente. Ele achou muito estranho e nem quis tirar foto com a criança”, complementa.

“Não desejo pra ninguém”
Infelizmente, a situação que as mães passaram em 2017 se repetiu neste mês no mesmo hospital de Trindade. Desta vez, Pauliana Maciel e Aline de Fátima chegaram a levar os bebês trocados para casa e perceberam o engano somente após dias. A Polícia Civil investiga o caso. As duas famílias estão morando juntos.

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Genésio Vieira e Pauliana Maciel
 Aline Alves e Murillo Lobo
Genésio Vieira
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Genésio Vieira e Pauliana Maciel hospedam na casa deles, em Trindade, Aline Alves e Murillo Lobo

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Genésio Vieira e Pauliana Maciel

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Aline Alves e Murillo Lobo

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Genésio Vieira

Reprodução/ TV Anhanguera

“O filme voltou à nossa cabeça”, disse a dona de casa ao relatar que ligou para a outra mulher logo que ficou sabendo do novo caso. “Uma mãe não pode passar por isso nunca, é muito constrangedor. Passamos com o bebê nove meses na barriga e criamos toda uma expectativa”, desabafa.

“Eu imagino que elas estão sentindo até mais dor do que eu. O que elas estão passando foi o que eu passei, mas por um tempo menor. Eu imagino que é mais traumático que o meu porque elas passaram quase 20 dias com o bebê de outra”, completa a outra.

Perguntadas a respeito do que falariam caso tivessem a oportunidade de encontrar com Pauliana ou Aline, as mensagens se baseiam na confiança da intervenção divina e aconselharam a continuar amando os filhos uma da outra.

“O que foi feito já está fazendo. Sei que o trauma vai ficar na cabeça delas para o resto da vida. Mas no nosso caso também formou um vínculo forte entre a gente, pois continuamos amando os filhos”, diz a dona de casa.

“Eu entendo essa dor que elas estão passando, mas é preciso ter muita fé em Deus e encarar a realidade de outra forma, porque não vai apagar da memória delas nunca. Desejo que consigam ver de outra forma a situação”, destaca.

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