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Hospitais em Araraquara atendem moradores de outras cidades

Se os unidades do município tratassem apenas os moradores de Araraquara, a taxa de ocupação na UTI seria de 42% e na enfermaria, 21%

atualizado

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Divulgação/Prefeitura de Araraquara
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1 de 1 araraquara - Foto: Divulgação/Prefeitura de Araraquara

São Paulo – Nesta semana faz dois meses que Araraquara implantou o lockdown para frear o número de casos e mortes por Covid-19 da cidade de cerca de 238 mil habitantes.

Se em fevereiro, a cidade chegou a registrar uma média móvel de 189 novos casos de contagiados pelo novo coronavírus por dia, hoje são 49. Ou seja, uma queda de 74%. A média de mortes também caiu 24% (eram 25 em 21 de fevereiro e 19 em 21 de abril).

Outro número que chama a atenção é o número de casos ativos. Eram 1.512 em 21 de fevereiro e 301 em abril. Isto é, uma queda de 80%.

Hoje, nos hospitais da cidade, a maioria dos pacientes internados estão vindo de outros municípios do entorno de Araraquara, que não tomaram as mesmas medidas de confinamento. Como resultado, a taxa geral de ocupação dos leitos de UTI em Araraquara é de 94% e dos leitos de enfermaria, 54%.

Porém, se a UTI atendesse apenas moradores de Araraquara, esse índice cairia para 42%, já na enfermaria, o índice cairia para 21%.

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Lockdown deixa ruas do município vazias
Ambulância em unidade de saúde na cidade
Fiscalização aborda veículos no primeiro dia de lockdown
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Araraquara em lockdown

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Lockdown deixa ruas do município vazias

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Fiscalização aborda veículos no primeiro dia de lockdown

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Medidas de contenção

Araraquara foi a primeira cidade do estado de São Paulo a implementar o lockdown real. Em 21 de fevereiro, o prefeito Edinho Silva (PT) determinou uma restrição severa de circulação e de atividades na cidade, permitindo apenas a busca por atendimento médico.

O confinamento na cidade durou 10 dias. Por conta dessa iniciativa, Edinho foi ameaçado de morte na internet por pessoas que disseram que iriam “esfaqueá-lo de baixo para cima”. O comerciante Luthier Deivid Vieira foi identificado como autor das ameaças.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o prefeito disse que o bloqueio total das atividades, exceto saúde, supermercados e bancos, seria benéfico ao país.

“Se fizéssemos isso nacionalmente, o Brasil apresentaria queda nas internações, nas mortes, e teria condições de organizar leitos, sistema de vacinação. Poderíamos, inclusive, começar o planejamento da retomada da economia”, declarou.

Após o período de confinamento, a cidade voltou vagarosamente a abrir alguns setores de comércio e serviços, conciliando a abertura com barreiras sanitárias e testagem em massa.

Segundo a Prefeitura de Araraquara, o município tem um índice que é o triplo da taxa de testagem para Covid-19. Enquanto a taxa nacional é de 13.392 testes feitos a cada 100 mil habitantes, Araraquara já testou 43.423 a cada 100 mil moradores —103.493 no total. Com esta taxa, a cidade do centro do estado se equipara ao Uruguai (46.811 testes/100 mil habitantes).

Parceria com Butantan

A Prefeitura também anunciou uma parceria com o Instituto Butantan. “Araraquara vai utilizar a metodologia Contact Tracing, ou rastreamento de contatos. Trata-se de uma estratégia usada para combater infecções contagiosas.”

“Para isso, a ideia é localizar, por meio da tecnologia, pessoas infectadas e identificar todas as outras pessoas que tiveram contato com elas. O objetivo é aprimorar o gerenciamento de informações sobre positivados para Covid-19, comunicantes e para agilizar o trabalho de monitoramento das equipes de Vigilância em Saúde”, explica nota da Prefeitura.

Araraquara também utilizará plasma sanguíneo coletado de pessoas que já tiveram a Covid-19 para aplicação em pacientes do grupo de risco infectados pelo vírus. O plasma contém anticorpos e incentiva o organismo do paciente com Covid-19 a se defender da infecção.

A iniciativa tem como parceiros o Instituto Butantan, o Hemocentro da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp e da Agência Transfusional da Unimed.

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