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Colapso: hospitais de Manaus estão sem oxigênio para pacientes com Covid-19

Nesta quinta-feira (14/1), viralizou na internet o vídeo de uma funcionária pedindo socorro. “É muita gente morrendo”, relata

atualizado

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Governo reforça oferta de oxigênio para hospitais em Manaus
1 de 1 Governo reforça oferta de oxigênio para hospitais em Manaus - Foto: Reprodução

A situação em Manaus (AM) é caótica. Profissionais de saúde do estado relatam que o estoque de oxigênio para pacientes com Covid-19 chegou ao fim em hospitais da região. Nesta quinta-feira (14/1), o vídeo de uma funcionária do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) e Policlínica Dr. José Lins, na capital amazonense, viralizou nas redes sociais. Na gravação, ela relata que o oxigênio de toda a unidade acabou.

“Não tem oxigênio, é muita gente morrendo. Quem tiver disponibilidade de oxigênio, por favor, traga. Tem muita gente morrendo”, afirmou, em vídeo.

As imagens também mostram policiais militares entregando duas bombas de oxigênio para a unidade. “Peço que disparem esse vídeo para um monte de lugar, por favor. Tem um monte de gente morrendo, pelo amor de Deus”, implora a funcionária. Veja a seguir.

A reportagem tenta contato com a Polícia Militar do Amazonas, para confirmar se a corporação está atuando na entrega de cilindros de oxigênio para o hospital, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto. O espaço segue aberto.

Hospital Universitário

Também há relatos de falta de oxigênio no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), ligado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Em entrevista à Folha de S.Paulo, funcionários disseram que os pacientes estão recebendo oxigênio de forma manual.

De acordo com os trabalhadores da unidade, cada profissional consegue fazer o procedimento manual por até 20 minutos, tendo que ceder o lugar a outro técnico em seguida.

Em nota, o HUGV informa que tem conhecimento de que a falta de oxigênio afeta não apenas a unidade, “mas toda a cidade de Manaus”.

A instituição de saúde ressalta que tem contrato vigente para fornecimento de oxigênio, mas não dispõe de quantidade suficiente para atender os pacientes internados.

“Mesmo estando em contato com a fornecedora e até mesmo outras empresas há dias, o HUGV/Ebserh não recebeu o suficiente para atender a sua demanda”, informou o hospital, em nota.

Além disso, a instituição de saúde afirma que recebeu oxigênio para estabilizar, “temporariamente”, o estado de saúde dos pacientes, e que “continua não medindo esforços para normalizar a situação”.

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Município enfrenta colapso na rede de saúde
Chegada de oxigênio ao hospital
Corpos em câmaras frias
Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia
Estado tem mais de 5,8 mil mortos por Covid-19
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No Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus, amigos e familiares aguardam a liberação dos corpos das vítimas de Covid-19

Fotos Hugo Barreto/Metrópoles
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Município enfrenta colapso na rede de saúde

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Chegada de oxigênio ao hospital

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Corpos em câmaras frias

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Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia

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Estado tem mais de 5,8 mil mortos por Covid-19

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Em nota, a Associação dos Docentes da Ufam (Adua) denunciou a “gravíssima omissão institucional” das autoridades federal, estadual e municipal com a região. “Mesmo dispondo de meios e poder, negligenciam, de forma criminosa e injustificável, sua obrigação de garantir à população o direito constitucional à saúde e integridade da vida”, escreveu a associação.

A Adua também pediu, de forma emergencial, a vacinação para todos, a suspensão imediata das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e a disponibilização de hospitais da rede privada para atendimento a toda a população, tendo em vista o colapso no sistema de saúde em Manaus. Leia a nota na íntegra.

NOTA PÚBLICA DA ADUA (1) by Rebeca Borges on Scribd

O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) disse, no Twitter, que entrou em contato com o Ministério da Saúde e com o ministro Eduardo Pazuello para tratar da remoção de pacientes para outros estados.

Segundo o parlamentar, há uma dificuldade em fazer o translado do oxigênio para Manaus. O Ministério estaria negociando uma aeronave americana para fazer o procedimento. A reportagem procurou o Ministério da Saúde para confirmar a informação, mas ainda não obteve retorno.

O que diz o governo do Amazonas

Em nota, a Secretaria de Saúde do Amazonas afirmou que, devido ao elevado número de internações por Covid-19 no estado, a empresa que fornece oxigênio “não conseguiu suprir a demanda da rede estadual”.

Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia.

Ainda nesta quinta-feira, serão transferidos 90 pacientes para hospitais de São Luís (MA), Teresina (PI) e Brasília (DF). O estado terá também toque de recolher.

Colapso

Segundo a secretaria municipal de Saúde, 273.822 pessoas já foram infectadas pelo coronavírus e 5.230 morreram por Covid-19 em Manaus. Em todo o estado do Amazonas, o número de infectados chegou a 219.544. Além disso, 5.879 pessoas faleceram devido à doença na região.

A taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) no estado chegou a 91,2% nessa quarta-feira (13/1). Já os leitos clínicos estão 93,7% ocupados.

Nesta quinta-feira, as Forças Armadas transportaram seis cilindros de oxigênio hospitalar para Manaus, em caráter de urgência. Na última semana, outros 350 cilindros já haviam sido entregues ao município.

“O Ministério da Defesa, por meio da FAB, atende à solicitação do governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima, que requereu o transporte de gases medicinais junto ao Comando Conjunto da Amazônia, um dos 10 comandos conjuntos estabelecidos em todo o país pela Operação Covid-19”, informou a pasta.

Segundo o Ministério da Defesa, até o próximo domingo (17/1), 386 cilindros serão enviados à capital do Amazonas. O pedido de oxigênio foi feito pelo governador do Amazonas, Wilson Lima.

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