Homens brancos são maioria no comando dos Três Poderes da República
Observatório de Equidade, lançado pelo Senado Federal, pretende aumentar representatividade de mulheres e negros em cargos de liderança
atualizado
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O Senado Federal lançou o Observatório de Equidade nos âmbitos federal e estadual do Poder Legislativo. De acordo com o texto, homens brancos predominam em cargos de gestão e comando dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, em detrimento de mulheres e homens negros.
Os números mostram que, no Senado Federal, por exemplo, foram eleitos apenas quatro senadores autodeclarados negros, e existem somente 12 parlamentares que se autodeclaram negros, dentre eles, uma mulher.
Já na Câmara Federal, há 436 homens e 77 mulheres do total de 513 da Casa. Contudo, existe uma grande diferença entre os dados. Isso porque são 27 deputadas a mais do que na legislatura anterior, alterando a representatividade feminina de 10% para 15%.
Na esteira da composição étnico-racial de parlamentares eleitos, pode-se notar a presença de 125 deputados que se autodeclaram negros (104 pardos e 21 pretos), alcançando 24,3% do total.
Judiciário
No Judiciário também existe pouca representatividade: o Supremo Tribunal Federal (STF) tem apenas duas mulheres entre os 11 ministros da Corte, e não há negro ou negra. Já no Superior Tribunal de Justiça, composto por 33 ministros, há apenas seis ministras. Do total, apenas um ministro se autodeclarou negro.
De acordo com Henrique Salles, o Observatório elaborado pelo Grupo de Trabalho de Afinidade de Raça e pelo Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado Federal tem o objetivo de contribuir para superar as baixas representatividades étnico-raciais e de gênero nas lideranças de instituições brasileira.
As informações sistematizadas sobre as questões étnico-raciais e de gênero no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas estaduais podem ser acessadas na página institucional do Senado.
O objetivo do material é possibilitar o desenvolvimento de estudos acerca do assunto, além de tornar possível a identificação dos candidatos eleitos que mudaram sua autodeclaração racial entre pleitos.