Homenagem do Exército a major Otto Maximilian divide opiniões na web
Oficial foi morto a tiros no Rio de Janeiro, em 1968, por engano. Segundo jornal, ele foi condecorado por Hitler
atualizado
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Uma homenagem do Exército Brasileiro a um major alemão, que durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) defendeu o Exército Nazista, viralizou nas redes sociais nessa segunda-feira (01/07/2019) e dividiu opiniões. De acordo com a publicação no Twitter, o militar é “um sobrevivente da guerra e das prisões totalitárias soviéticas”, que foi morto a tiros no Rio de Janeiro em 1968 em uma ação de guerrilha de esquerda, confundido com um boliviano.
“Prestamos hoje homenagem ao oficial de nação amiga, Major do Exército Alemão Otto Maximilian, aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército que, em 1º de julho de 1968, foi assassinado no Brasil”, diz o texto que acompanha uma reprodução de uma foto do major ao lado de uma página de jornal que noticiava sua morte.
O tuíte também traz um link para o site do Exército, onde é descrita a história completa do homem, reverenciado como “oficial brilhante, cuja vida foi encurtada por um ato terrorista insano e covarde”. Segundo o texto, Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen, era aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme).
O jornal em questão seria a Folha de S.Paulo, que segundo o próprio periódico, noticiou a morte do major na edição de 2 de julho de 1968. “A vítima fora condecorada por Hitler à época da ocupação da França e recebera graves ferimentos durante o exército soviético em Berlim. Terminada a guerra, permaneceu no exército alemão, devido às suas qualidades de perito em artilharia”, dizia o texto.
Em nota, o Exército Brasileiro afirmou que homenagear esses personagens é “reafirmar o compromisso com a liberdade e a democracia”. “Ofender a memória de um oficial do Exército da República Federal da Alemanha, que realizava curso no Brasil, rotulando-o como nazista, é desconhecer o processo histórico ocorrido naquele país amigo, no pós-guerra. Essa distorção intelectual, sim, é equivocada”, ressaltou.
Morte por engano
A morte dele, ocorrida em 1° de julho de 1968, foi por engano, segundo o exército. Guerrilheiros do grupo armado de esquerda Colina (Comando de Libertação Nacional) assassinaram o major a tiros no Rio de Janeiro. No entanto, o alvo seria o capitão boliviano Gary Prado, para vingar a morte do líder guerrilheiro Che Guevara, morto um ano antes na Bolívia, por tropas comandadas Prado. “Devido à semelhança entre os dois oficiais estrangeiros, os terroristas cometeram um engano. O major alemão foi morto no lugar do boliviano”, diz o texto.
Na web, até a manhã desta terça-feira (02/07/2019), a publicação havia recebido mais de 11 mil curtidas e sido compartilhada cerca de 1,7 mil vezes. Os comentários ultrapassavam os 7,6 mil. Muitas pessoas se manifestaram positivamente e apoiaram a homenagem da corporação. “Otto Maximilian nunca foi nazista. Nem filiado ao partido, nem apoiador do regime. Parem de passar vergonha, pelo amor de Deus!”, defendeu um internauta.
Outros fizeram críticas. “A vergonha de ter nascido no Brasil só aumenta”, comentou uma. “Vou denunciar o post, apenas”, afirmou outra. Veja mais reações:
O Estado neopentecostal-sionista brasileiro homenageia um nazista. Entendam se puderem. Eu apenas sinto vergonha. https://t.co/DL2y2VUxLo
— Letícia Bortolon (@LeticiaBortolon) 2 de julho de 2019
“O mundo está ao contrário e ninguém reparou…” Exército brasileiro homenageia major alemão que lutou no exército nazista. #TenhoMedoDeNazista @exercitooficial o Brasil lutou CONTRA O NAZISMO! As famílias dos pracinhas mortos devem estar estarrecidas!
— TySegurado (@SeguradoTy) 2 de julho de 2019
Esse da matéria ng sabe, ainda, o histórico dele. A matéria e tendenciosa ao aludir nazismo e o Bolsonaro. Se for pela forma q a matéria está, qq alemão era nazista ou qq soldado alemão seria nazista. Meu bisavô foi do exército, mas abominava o nazismo e veio pra cá.
— João Felipe Artioli (@jfartioli) 2 de julho de 2019
Esquerdista e história não se misturam. Eles pregam nos outros o peso das palavras (Nazista, Facista) sem conhecer o conteúdo do que foi o regime Comunista que tanto os orgulha !!! São ignorantes literários, com uma pitada de românticos inocentes !!!!
— Rodrigo Ferraz (@rpferraz) 2 de julho de 2019
Ninguém aqui disse que a Wermacht é inocente. Caso tenha feito, por favor aponte onde isso foi dito. Trata-se de uma força armada envolvida em conflito armado em quem crimes de guerra foram cometidos. Essa reportagem nada ajuda para a tese de que o oficial em questão era nazista.
— Guilherme Junior (@guijanio23) 2 de julho de 2019
Exército do Brasil homenageou Major alemão que lutou no Exército nazista. É o que diz, inclusive, o próprio texto do jornal compartilhado por eles. Lamentável https://t.co/7kF1yeDUaW
— Guga Chacra ?????????? (@gugachacra) 2 de julho de 2019
Fazer parte do Exército Alemão na 2ª Guerra não faz de você um Nazista. Mas deve-se questionar a sabedoria de homenagear um combatente inimigo do Exército Alemão que atuou sob o comando do Hitler. https://t.co/WlTESNicRB
— Leon Martins (@CdNLeon) 2 de julho de 2019
Os caras estão vindo dar AQUELA PASSADA DE PANO dizendo que o sujeito homenageado não era da SS (exército do Partido Nazista), e sim da Wehrmacht, que seriam as Forças Armadas do Terceiro Reich. Ou seja, na prática, eram o exército que lutava pelos nazistas, ao lado dos nazistas.
— William De Lucca (@delucca) 1 de julho de 2019
Prestamos hoje homenagem ao oficial de nação amiga, Major do Exército Alemão Otto Maximilian, aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército que, em 1º de julho de 1968, foi assassinado no Brasil.https://t.co/A3XS7QgXnz pic.twitter.com/YbxMUPeZjJ
— Exército Brasileiro (@exercitooficial) 1 de julho de 2019