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Homem xingado de lixo em Caldas Novas: “Maior humilhação da vida”

Funcionário de prédio foi agredido verbal e fisicamente por morador, além de ser xingado de “neguinho safado” e “lixo”; polícia investiga

atualizado

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Romes Lopes
racismo funcionário prédio caldas novas neguinho safado
1 de 1 racismo funcionário prédio caldas novas neguinho safado - Foto: Romes Lopes

Goiânia – O auxiliar de serviços gerais Josimar dos Santos França, de 35 anos, disse estar muito abalado após as agressões sofridas no condomínio onde trabalha, na conhecida cidade turística de Caldas Novas, a cerca de 170 km da capital goiana. O trabalhador denunciou à Polícia Civil que foi xingado de “neguinho safado” e “lixo” por um morador do prédio.

“Estou muito abalado com essa situação, queria até pedir demissão da empresa, mas não deixaram. Eu tenho dois filhos pequenos para sustentar, pago aluguel, então tenho que trabalhar, não posso parar. Mas não tenho mais vontade de ficar nessa empresa. Aquela situação me deixou muito constrangido, muito triste”, disse o funcionário ao Metrópoles.

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Morador xingou e agrediu funcionário de prédio em Caldas Novas (GO)
Câmeras de segurança flagraram o momento em que Josimar varria o chão e foi abordado pelo morador
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Josimar trabalha no prédio há mais de dois anos e disse que nunca havia passado por uma situação de desrespeito

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Morador xingou e agrediu funcionário de prédio em Caldas Novas (GO)

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Câmeras de segurança flagraram o momento em que Josimar varria o chão e foi abordado pelo morador

Varrendo o chão

A agressão aconteceu no dia 26/10. Segundo o boletim de ocorrência, registrado por Josimar, ele estava varrendo o chão do estacionamento quando foi abordado pelo morador, que o mandou parar com o serviço. O homem teria dito que o servidor estaria sujando o seu carro.

“Eu estava trabalhando normalmente, como todos os dias, quando esse senhor foi passando para entrar no carro dele, me abordou e pediu para que eu parasse de varrer, porque estava fazendo poeira no carro dele. Mas não tinha poeira nenhuma. Ele começou a me agredir, me chamando de lixo, neguinho safado, disse que eu não servia para nada, que minha profissão era um lixo e partiu para agressão física”, disse Josimar.

Veja o vídeo:

Em busca de trabalho

Josimar relatou que está na cidade de Caldas Novas há cerca de quatro anos. Ele é natural de Salinas da Margaria, na Bahia. O homem conta que saiu de sua cidade natal em busca de emprego e melhores condições de vida. Ainda assim, ele ressalta que, apesar das dificuldades, nunca havia vivido algo tão constrangedor.

“Desde que cheguei, trabalho com serviços gerais. Aqui no prédio estou há dois anos e três meses. Nunca vivi uma situação dessas. Foi a maior humilhação da minha vida. Não sei o que deu na mente dele [agressor] para me humilhar tanto assim”, explica auxiliar.

Apoio

O trabalhador conta que está sendo apoiado pelos outros moradores do prédio. Segundo ele, sempre foi bem tratado no local e as pessoas têm se mostrado solidárias e atenciosas neste momento.

“Os proprietários aqui do prédio me apoiam, ligam, dizem para eu seguir em frente. Algumas pessoas me disseram para deixar para lá, que o homem tem muito dinheiro, mas eu vou até o final”, avisou.

De acordo com Josimar, foi a primeira vez que ele se encontrou com o morador. “Eu nem conhecia ele, foi a primeira vez que eu o vi. Fiquei sabendo que só vai em época de temporada. Mas a maioria dos moradores me trata muito bem, me convida para tomar café. Não sei o que aconteceu com ele”, completou Josimar.

Defesa

O trabalhador registrou boletim de ocorrência no mesmo dia da agressão. De acordo com o advogado de defesa dele, Romes Lopes, já estão sendo feitas as diligências, como o depoimento de testemunhas. “Estamos nos preocupando muito em preservar a família dele. Trata-se de um assunto muito delicado. Vamos buscar todos os direitos do Josimar, para que ele seja reparado pelo dano moral sofrido”, afirma o advogado.

Neste primeiro momento, Lopes afirma esperar a conclusão por parte da polícia para dar prosseguimento às ações, mas sem deixar de lado a reparação pelo dano causado ao funcionário.

O Metrópoles não conseguiu contato com o morador acusado de agredir o funcionário nem com sua defesa. O nome dele não foi divulgado pela Polícia Civil, que investiga o caso.

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