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Homem que transmitiu HIV de propósito para mulheres em GO é indiciado

Leovaldo Francisco, de 37 anos, responderá por lesão corporação gravíssima. Oito vítimas procuraram polícia. Três deram positivo para HIV

atualizado

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Homem com HIV é preso em goiás por transmitir a doença para mulheres sem alertá-las
1 de 1 Homem com HIV é preso em goiás por transmitir a doença para mulheres sem alertá-las - Foto: PCGO

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) indiciou Leovaldo Francisco da Silva, de 37 anos, pelo crime de lesão corporal gravíssima ao transmitir o vírus HIV de maneira proposital para mulheres com que ele se relacionou nos últimos anos. Tudo ocorreu em Pontalina (GO), cidade que fica a 127 km da capital goiana.

Oito vítimas procuraram a delegacia, desde que o caso veio à tona. Todas elas fizeram exames e três testaram positivo. As demais deram negativo. Mas, segundo o delegado responsável pela investigação, Leylton Barros, elas deverão passar por novos exames, futuramente, em razão da chamada “janela” temporal que o vírus possui para se manifestar no organismo.

No caso das vítimas que deram positivo, Leovaldo foi indiciado por lesão corporal gravíssima de forma consumada e, em relação às que deram negativo, o crime foi registrado na forma tentada. Ele era servidor público da Prefeitura de Pontalina e atuava como vigilante.

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Momento da prisão ocorrida na manhã do dia 21/3
Polícia acredita que novas vítimas devem surgir, com a divulgação da imagem do suspeito
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Resultado de exame positivo de uma das vítimas

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Polícia acredita que novas vítimas devem surgir, com a divulgação da imagem do suspeito

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Para o delegado, ficou claro na investigação que ele sabia que possuía o vírus e que seguia mantendo relações sexuais sem avisar as mulheres, tampouco usando preservativo.

“A pessoa que é soropositiva tem o direito de manter o sigilo, mas tem a obrigação de informar o parceiro ou utilizar preservativo. Ele não deu essa chance às parceiras sexuais”, diz Leylton.

O caso foi descoberto depois que surgiu na cidade o burburinho de que Leovaldo possuía HIV. Algumas das mulheres que já haviam se relacionado com ele fizeram o exame e testaram positivo. Uma delas, bastante abalada, procurou a polícia e registrou a ocorrência para alertar as demais.

Possível novo inquérito

Outras vítimas foram surgindo nos dias seguintes, após a primeira denúncia formalizada. Segundo o delegado, existem, ainda, outras pessoas, além das oito vítimas já registradas, que disseram ter se relacionado com ele e que, por conta do abalo psicológico, não tiveram coragem ainda de irem até a delegacia.

O inquérito foi encerrado para cumprir o prazo previsto em caso de prisão preventiva. Leovaldo segue preso na unidade prisional de Pontalina. Um novo procedimento, no entanto, pode ser instaurado, caso novas vítimas decidam procurar a polícia.

Resposta padrão

O ato consumado e proposital por parte de Leovaldo ficou evidenciado no relato das mulheres. Além de agir de maneira parecida, ele possuía quase que uma resposta padrão, quando confrontado por elas sobre ele ter ou não HIV.

O delegado contou ao Metrópoles que as parceiras sexuais que testaram positivo procuraram Leovaldo, logo em seguida, para questioná-lo.

“A resposta era padrão. Ele dizia que não era nada, que era só cuidar que dava certo, que era para não falar para ninguém, não espalhar, porque poderia dar problema para os dois. Os depoimentos indicam o dolo (intenção) na atuação dele”, conta Leylton Barros.

Em primeiro momento, ele disse ao delegado que não sabia que estava com o vírus HIV e que teria descoberto, apenas, no mês anterior à primeira denúncia. As investigações demonstraram que ele teve condições de saber que era portador da doença desde 2020, pelo menos.

Vítimas

Dentre as vítimas que procuraram a polícia, estão mulheres que se relacionaram com Leovaldo de 2019 para cá. Elas possuem idades entre 20 e 40 anos. Algumas chegaram a manter relações mais sérias, nesse período, enquanto outras foram sexos casuais.

Segundo o delegado, ele conheceu as mulheres de formas variadas, em festas, no trabalho, no dia a dia. “Ele não tinha muito critério. Tinha uma vida social agitada”, afirma Leylton.

O inquérito foi remetido ao Judiciário nesta quarta-feira (30/3) e deverá ser enviado ao Ministério Público de Goiás (MPGO), em seguida, para que a denúncia seja oferecida.

A imagem de Leovaldo foi divulgada por decisão da PCGO. A investigação acredita que isso pode ajudar na descoberta de novas vítimas.

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