Homem que se explodiu no STF foi denunciado por festa na pandemia
Chaveiro de 59 anos já foi candidato a vereador e promoveu aglomerações no alto da pandemia da Covid-19 em Santa Catarina
atualizado
Compartilhar notícia
O homem que se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13/11) já foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por propagação de doença contagiosa, quando promoveu festas no auge da pandemia da Covid-19.
Francisco Wanderley Luiz organizava festas na Tenda Park, estabelecimento em Rio do Sul, interior de Santa Catarina. Ele insistia em promover festas em aglomerações mesmo após fiscalização da Polícia Militar.
O estopim foi em 20 de junho de 2021, quando foi aberto um termo circunstanciado contra Francisco e o caso passou a ser investigado.
“Na época do fato o sistema de saúde estava em colapso por causa da doença, com superlotação na UTI do Hospital Regional Alto Vale, e filas de espera por leitos”, escreveu a promotora Caroline Sartori na denúncia.
Francisco dava uma festa com aglomeração, sem limite de locação, sem máscaras e com música ao vivo.
Para a promotora, ele “manteve postura descuidada e omissa no estabelecimento, evidenciando a intenção livre e consciente e voltada a auferir lucro sem se preocupar com o direito à saúde pública”.
Em junho de 2022 o juiz Geomir Roland Paul absolveu Francisco por propagar doença contagiosa, por entender que não era possível imputar o crime a uma única pessoa, já que vários estavam descumprindo as normas sanitárias no mesmo ambiente. O Ministério Público recorreu, mas a sentença foi mantida.
Atentado com explosivos
Francisco foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC), pelo Partido Liberal (PL), em 2020. Ele se apresentava pelo apelido de Tiü França.
Nas redes sociais, ele fazia várias publicações radicais contra figuras políticas e sugerindo que promoveria um ataque com explosivos, o que de fato aconteceu.
“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, escreveu em um texto.
Outro print, em tom de ameaça, diz o seguinte: “Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósito de materiais etc.”
Francisco nasceu em Atalanta (SC) e tinha 59 anos. Segundo familiares, há alguns meses ele deixou Rio do Sul (SC), onde trabalhava como chaveiro, e foi parar em Brasília (DF), depois de desavenças com parentes.
O filho adotivo relatou que estava tendo dificuldade de ter contato com o chaveiro e não sabia o motivo final de sua viagem. Francisco deixou dois filhos biológicos e um adotivo.