Homem que morreu após colocar facetas dentárias não sabia dos riscos
A informação foi dada pelo marido de Luiz Carlos das Dores, que fez o procedimento em junho e passou a apresentar problemas pouco depois
atualizado
Compartilhar notícia
O funcionário público Luiz Carlos das Dores, de 56 anos, morreu após colocar 24 facetas dentárias. Após o procedimento, realizado em junho, ele passou a apresentar problemas com as próteses, foi parar na unidade de terapia intensiva (UTI) e morreu alguns dias depois. Benedito Antônio Nascimento, marido de Luiz, relatou que o companheiro tinha o sonho e realizar o implante e que não sabia dos riscos.
“Nos últimos dois anos ele estava bastante vaidoso e se cuidando muito. Estava muito satisfeito com a aparência dos dentes [depois do procedimento], mas, infelizmente, não sabia da perca óssea que tinha e da periodontite. Era um sonho dele”, relatou Benedito ao G1. Ele revelou que a operação custaria R$ 61 mil, no total.
A Polícia Civil de Goiás investiga o caso, que também foi registrado no Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CRO-GO). Conforme denúncia do marido de Luiz Carlos das Dores, a vítima fez o procedimento dentário no último mês de junho, na capital goiana. No entanto, enfrentou vários problemas em decorrência das próteses por cerca de um mês, até que chegou a uma unidade de terapia intensiva (UTI), no dia 8 de agosto e acabou falecendo 10 dias depois.
Problemas pré-existentes
De acordo com o esposo de Luiz, Benedito Antônio Nascimento, o funcionário público conheceu o trabalho da dentista Jamilly Flexa por meio das redes sociais e decidiu fazer o tratamento com ela. Porém, segundo ele, exames de raio-x realizados pela vítima apontaram que ele tinha uma doença de perda óssea. Uma profissional, que orientou a família da vítima, afirmou que o problema impossibilitava o procedimento.
“No dia 27 de junho ele já estava com as facetas. Dias depois, começou a ter dores. Passou muito mal no começo de agosto. Teve inchaço em um dos dentes e uma íngua. A dentista o avaliou, mas disse que ele não tinha nada”, contou Benedito à TV Anhanguera.
Segundo o marido, depois do inchaço, Luiz teve falta de ar, queda na saturação e de pressão, além da dor no dente. Ele foi internado em um hospital e, logo, transferido para a UTI de outra unidade de saúde. “No dia 8 de agosto, ele foi para o hospital, onde morreu. No atestado de óbito, consta que ele teve choque séptico. A única infecção que ele teve no corpo foi no dente”, acrescentou o marido.
Ainda conforme Benedito, pelo fato do marido já estar com problemas nos dentes, os valores do procedimento não foram pagos na totalidade. A família afirma que quer saber por que a colocação das facetas foi realizada, mesmo com o impeditivo do paciente.
Por meio de uma carta aberta no Instagram, a dentista Jamilly Flexa, responsável pelo procedimento, afirmou que não houve negligência com o paciente, que está tomando todas as providências cabíveis e que as acusações estão difamando a imagem dela.
Na publicação, a profissional se solidarizou com a família e disse que, até a tarde da última terça-feira (6/9), ainda não havia sido notificada de qualquer denúncia. Ela revelou, ainda, que o pagamento pelo procedimento, por parte do paciente, ainda não tinha sido finalizado.