Homem que matou sogro em farmácia não tem doença mental, aponta laudo
Documento aponta que assassino tinha total capacidade de entendimento na data do crime. Vítima era policial civil aposentado
atualizado
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Goiânia – O ex-servidor público Felipe Gabriel Jardim, 27 anos, acusado de matar o ex-sogro a tiros em uma farmácia da capital goiana, não tem doença mental, conforme alegado pela defesa dele. Um laudo médico pericial aponta que o homem tinha total capacidade de entendimento quando atirou contra João do Rosário Leão, 63.
De acordo com o documento, Felipe tem episódios de humor depressivo associado a sintomas psicóticos, que caracterizam uma perturbação, no entanto, não afetam a capacidade de discernimento dele. Conforme o laudo, ele tinha ciência da gravidade do ato.
Câmeras de segurança registraram o momento em que Felipe Gabriel atira contra o ex-sogro. O crime ocorreu em junho de 2022. Veja o vídeo:
Relembre o caso
Felipe Gabriel foi filmado atirando contra o sogro, o policial civil aposentado João do Rosário Leão. Após o crime, ele fugiu e foi localizado e preso três dias depois, quando foi achado na casa de parentes.
Segundo a investigação, o motivo do crime teria sido um registro de ocorrência feito por João do Rosário contra o ex-genro pelo crime de violência doméstica. O policial aposentado havia presenciado uma discussão entre Felipe e a filha, Kennya Yanka, 26, com quem o rapaz namorou por um ano. Na ocasião, ele sacou uma arma e atirou para o alto.
A ex-namorada do jovem e filha do policial contou que o jovem ligou para avisar que matou o idoso. “Ele me ligou cedo, quando soube [da ocorrência], e falou que ia matar o meu pai. Eu fui correndo atrás do meu pai, mas ele não atendia. Eu peguei o carro e fui para lá, só que o pneu furou, e eu não consegui. Quando eu desci para pedir ajuda, ele ligou para dizer que matou meu pai e ia atrás de mim”, contou Kênnia Yanka, ex-namorada de Felipe Gabriel.
O Ministério Público denunciou Felipe por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma, e a denúncia foi aceita pela Justiça.
Insanidade mental
Em outubro do ano passado, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira , da 4ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, pediu um exame de insanidade mental a Felipe Gabriel Jardim.
Na decisão, o magistrado disse não ver indícios de que a sanidade mental de Felipe estava comprometida no dia do crime, já que ele passou por exames psicológicos ao tirar porte de arma e ao ser nomeado com cargo na Prefeitura.
À época, a defesa de Felipe ressaltou que ele “tem graves transtornos psiquiátricos”, que requereu o exame de insanidade mental e a internação dele “em um hospital adequado”.