Pantanal: homem morre queimado após fazer barreira contra fogo
Edson Genovêz construía barreira contra fogo quando vento mudou de direção e levou chamas até ele
atualizado
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Edson Genovêz, de 32 anos, morreu, nesta quarta-feira (14/8), ao ter 90% do corpo queimado enquanto construía uma barreira contra incêndios. O homem era trabalhador rural e lutava para que o fogo não consumisse a fazenda em que ele trabalhava, no Pantanal, em Corumbá (MS).
Edson abria um aceiro, uma espécie de barreira natural, quando o vento mudou de direção, e as chamas foram levadas justamente para onde ele estava, na última quarta-feira (7/8). O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas antes da chegada da equipe o peão foi transportado por outros funcionários da propriedade até o Pronto Socorro de Corumbá.
Edson chegou chegou consciente ao hospital, mas precisou ser transferido para o Centro de Tratamento Intensivo da Santa Casa, de Campo Grande, onde ficou internado durante uma semana. A morte do trabalhador foi confirmada pela irmã da vítima e pelo próprio hospital.
Nas redes sociais, a filha de Edson compartilhou uma homenagem: ‘Descanse em paz, pai. Muito obrigado por tudo. Eu te amo muito, foi um pai incrível. Inexplicável ser sua filha”.
Outro trabalhador rural estava com Edson no momento do incidente e também sofreu queimaduras. O homem não precisou ser hospitalizado.
Incêndio florestal
O fogo consome o Pantanal há quase três meses. Ao total, mais 1,5 milhão de hectares foram destruídos pelas chamas, segundo levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).
Na última semana, as queimadas do Pantanal sul-mato-grossense deixaram um rastro de destruição e vitimaram diversos animais, dentre eles, a onça-pintada Gaia, símbolo da região pantaneira e que vivia na região da fazenda Caiman, em Miranda – distante 212 quilômetros de Campo Grande (MS).