Homem invade bar LGBT e agride clientes: “É viado e vai morrer”
As vítimas do ataque afirmam que o suspeito acumula mais três ocorrências. Ele teria sido ouvido pela polícia e depois liberado
atualizado
Compartilhar notícia
Um homem invadiu um espaço cultural voltado para o público LGBTQIA+, destruiu o bar, tentou matar a dona e agrediu os clientes na madrugada deste domingo (1º/12/2019), em Salvador.
As vítimas registraram um boletim de ocorrência, mas, segundo elas, Edson Oliveira Lima Macedo foi ouvido pela polícia e liberado em seguida. O suspeito já teria três ocorrências na Central de Flagrantes por ataques homofóbicos em estabelecimentos do mesmo segmento. As informações são do jornal Correio 24 horas.
O caso começou dentro de um ônibus, que foi rendido por Edson. Além do motorista e a cobradora, havia ainda três passageiros no veículo, entre eles o DJ Hebert Almeida, de 20 anos.
“Ele entrou sereno e segurava um saco quando, do nada, começou a gritar, dizendo que ia matar os gays e olhou pra mim e disse:’você é viado e vai morrer’. Do nada, tirou um paralelepípedo do saco e jogou contra uma das janelas do ônibus, que quebrou. Os estilhaços atingiram o meu rosto”, contou o DJ à reportagem.
Segundo o DJ, o motorista ficou muito assustado com a pedrada e “por pouco não aconteceu uma tragédia”. “Com o barulho, o motorista perdeu o controle e o ônibus raspou parte da lateral numa parede, ocasião que rapidamente ele conseguiu estabilizar o veículo”, disse.
O suspeito teria obrigado o condutor do ônibus a parar em frente ao Espaço Cultural Caras & Bocas, que tem foco na comunidade LGBTQIA+.
Edson então entrou no local, destruiu mesas e cadeiras e agrediu a drag queen Valerie O’rarah, que se apresentava no momento do ataque.
“Ele quebrou garrafas e queria furar a gente. Dizia que só sairia com a chegada do deputado Isidório”, lembrou O’rarah. Instantes depois, uma das proprietárias do espaço foi feita refém pelo agressor. Ele a ameaçou de morte, a arrastou pela escada e a jogou em frente a um ônibus. O veículo, por sorte, conseguiu parar a tempo. Durante a agressão, a dona do bar também foi mordida no braço pelo suspeito.
Esse não foi o primeiro ataque homofóbico que o espaço cultural sofreu. Em janeiro de 2018, na noite de inauguração do atual endereço, foram lançados quatro grandes sacos com pedras de gelo além de pedaços de pedras contra o empreendimento, o que assustou os clientes.