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Homem filmou mulheres no provador por um ano até denúncia: “Quero justiça”

Funcionário confessou em depoimento ter feito as imagens e loja informa que ele “não faz mais parte do quadro” da empresa

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1 de 1 isabella - Foto: Reprodução

Após a denúncia da jovem Isabelle Pacheco, que foi gravada enquanto usava o provador de uma loja de roupas em um shopping de Sorocaba (SP), a Delegacia de Defesa da Mulher do município informou que o funcionário praticava o mesmo crimes há pelo menos um ano. Em depoimento à polícia, ele confessou que registrou imagens de oito mulheres. As informações são do G1.

A prática se tornou pública quando Isabelle expôs no Instagram o que aconteceu com ela no dia 7 de setembro, em um vídeo que atingiu quase 50 mil visualizações, até essa quarta-feira (9/9).

“Ao mesmo tempo em que a gente acaba se sentindo exposto, perdemos nossa privacidade. É justiça, não só para mim, mas para outras mulheres. Quero que a justiça seja feita e que ele pague pelo que fez”, afirma.

De acordo com a vítima, quando saiu do provador, contou o que tinha acontecido ao gerente, que chamou a polícia. O responsável trouxe o aparelho do funcionário e mostrou a galeria vazia. Porém, na área da lixeira que fica registrada na nuvem, a vítima diz ter visto pelo menos 30 vídeos de várias mulheres, gravados em diferentes ocasiões.

A vítima saiu da loja e foi registrar um boletim de ocorrência por crime contra a dignidade sexual, que consiste em produzir, fotografar e filmar imagens íntimas sem autorização.

A jovem contou que não teve amparo da polícia, mesmo quando contou que havia sido filmada. Os policiais apenas a orientaram a registrar a ocorrência na delegacia, sem apreender o celular usado no crime. “Tinha o rosto da pessoa e ela trocando de roupa. Mas não apreenderam o celular dele. Lamento dizer, mas a polícia se omitiu”, relata a garota ao G1.

“Quando ocorre uma denúncia como esta, o celular deve ser aprendido pela Polícia Militar no momento em que é acionada e o suspeito deve ser levado para a delegacia”, afirma a delegada Verali Ferraz, que investiga o caso.

Um ano de prisão

A advogada de Isabelle, Vanessa Lucchetta, explicou que o crime está tipificado como uma ação penal incondicionada, ou seja, terá que ser enviado ao Ministério Público para prosseguimento da denúncia.

“Houve responsabilidade ativa e subjetiva das lojas e do shopping. A gente vai pressionar para que o funcionário cumpra a pena em regime fechado. Depois, entraremos com uma ação para que a loja e o shopping ressarçam a vítima”, conta a advogada.

O crime contra a dignidade sexual pode resultar na pena de um ano de prisão. Como não houve flagrante, o funcionário prestou depoimento nessa quarta-feira (9/9) e foi liberado.

A polícia apreendeu o aparelho para realizar a perícia e tentar recuperar os registros, que foram apagados. O homem não tem antecedentes criminais e informou que pediu demissão.

A Polícia Militar não respondeu porque os policiais que participaram da ocorrência não apreenderam o aparelho celular.

Já a loja Pernambucanas afirmou que lamenta o ocorrido e que repudia com veemência todo e qualquer ato de desrespeito e de ofensa à privacidade.

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