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Homem em bar usando símbolo nazista no braço provoca revolta

Com uma suástica na braçadeira, cliente não é incomodado pela PM, que havia sido acionada por frequentadores enfurecidos com a cena

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Uma imagem registrada em um bar no centro de Unaí (MG), distante 165 km de Brasília, e publicada no Twitter no sábado (14/12/2019) se espalhou pelas redes sociais e tem gerado revolta: na cena, um homem de meia idade, de camisa social em tom de roxo, aparece sentado sozinho tranquilamente a uma mesa de plástico vermelha; no som, músicas do sertanejo Felipe Araújo; seria uma situação absolutamente prosaica, não fosse o fato de que o sujeito ostenta no braço esquerdo uma braçadeira com a suástica, símbolo apropriado pelos nazistas e que passou a caracterizar os horrores do totalitarismo de Hitler.

Um vídeo de cinco minutos flagra o episódio. Nas imagens, uma mulher sentada no outro lado do bar, o Booteco Bar e Restaurante, narra o momento em que policiais militares conversam com um funcionário do estabelecimento. De braços cruzados, fora da viatura, e a três passos da mesa onde o homem com a suástica está, os PMs aparentam decidir que aquilo não merece uma intervenção. Viram as costas, entram na viatura e saem.

No fim da tarde deste domingo (15/12/2019), o Booteco publicou no perfil do bar no Facebook uma “nota de Esclarecimento”, confirmando o ocorrido e afirmando que não dá “suporte a discriminação”. Afirma que tudo foi resolvido “da melhor forma possível, por agentes policiais (sem violência) e sob a égide da lei”. Veja:

Reprodução/Facebook

O vídeo continua. O funcionário do bar, de camisa preta, vira-se e vai à mesa do homem. Trocam algumas palavras, o sujeito da camisa roxa se levanta, mas volta a sentar-se. E segue tranquilo, de novo às voltas com o celular. A mulher que filmava, inconformada com a cena, anuncia que vai parar “a filmagem” por estar cansada – visivelmente insatisfeita com a falta de ação em relação ao homem.

Nas imagens, não é possível identificar o que o estabelecimento classifica como resolução do episódio, da melhor forma possível.

Nas redes sociais, muita gente mostrou repulsa pela cena. O deputado federal David Miranda (PSol-RJ) foi um dos que exibiu sua indignação no Twitter.

A Lei do Racismo, de 1989, foi alterada em 1997 e passou a prever expressamente o tema do nazismo no artigo 20, ao estipular que “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, religião ou procedência nacional” terá pena de reclusão de um a três anos e multa. E segue no § 1º: “Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo” acarretará pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

 

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