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Homem é preso por fazer “gato” para carregar tornozeleira eletrônica

Perdreiro diz que a Justiça sabe que ele está em condição de rua e que teme ir para a prisão por não ter condições de carregar o aparelho

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1 de 1 tornozeleira - Foto: REPRODUÇÃO/RECORD TV MINAS

Um morador de rua identificado como Fernando Santos Rolim Silva, de 37 anos, foi preso novamente, na última terça-feira (26/1), acusado de fazer um “gato” para recarregar a tornozeleira eletrônica. Pedreiro, Fernando, que está desempregado, foi detido por furto e ganhou o direito de permanecer em liberdade desde que usasse o aparelho.

Sem acesso à rede elétrica, ele assumiu ao R7 que recarrega o equipamento de maneira ilegal. “Não estou aqui porque quero. Devido ao coronavírus, fiquei desempregado. Minha profissão é pedreiro. Eu tenho esposa e uma filha que completou um ano recentemente. Agora estou nessa situação passando por todo esse constrangimento”.

O pedreiro ainda conta que quando estava carregando a bateria do aparelho em um ponto de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig ), no centro de Belo Horizonte (MG), um carro da Polícia Militar se aproximou e o levou, junto com um amigo, para a delegacia. No local, eles foram ouvidos e liberados em seguida.

“Eu fiquei detido até de madrugada e depois o delegado me liberou. Ele também ficou revoltado com a situação porque não teve um boletim de ocorrência referente a algum tipo de crime contra a lei ou patrimônio”, acrescenta o homem.

O Departamento Penitenciário (Depen), responsável pelo monitoramento, afirma que a recarga da tornozeleira é obrigação do usuário. Para isso, ele recebe dois carregadores, sendo um portátil. Mas que também precisam de energia elétrica para funcionar. Porém, Fernando Santos diz que “não recebeu o o carregador portátil porque está em falta”.

“Para eu poder carregar em outro lugar teria que ficar com isso conectado dentro de um estabelecimento ou na casa de alguém. Só o fato de estar com uma tornozeleira já gera um preconceito. Ninguém quer ter o constrangimento de ter um morador de rua na sua casa”, diz o pedreiro.

Fernando ainda alega que a Justiça sabe que ele está em condição de rua e que teme ir para a prisão por não ter condições de carregar o aparelho.

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