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HIV: mãe diz que bebê tomou remédios por 28 dias após falso positivo

Teste foi feito pelo PCS Lab, laboratório envolvido no escândalo dos transplantes de órgãos com HIV. Mulher afirma que não pôde amamentar

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1 de 1 imagem colorida exame errado teste positivo hiv - Foto: Reprodução

O laboratório PCS Lab Saleme, apontado como responsável pelos testes errados que levaram à infecção de pelo menos seis pacientes que passaram por transplantes de órgãos no Rio com HIV, recebeu nova denúncia nessa segunda-feira (14/10).

A dona de casa Tatiane Andrade, que mora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, afirma que um teste errado do mesmo estabelecimento apontou que a filha recém-nascida deveria receber o tratamento antirretroviral por 28 dias, após o teste dela ter apresentado reagente ao HIV.

Segundo a mãe, Gabrielle, atualmente com 1 ano, precisou tomar o coquetel de medicamentos para impedir a multiplicação da doença no organismo logo após nascer prematura, aos 7 meses. A mulher argumenta que, em razão do erro do laboratório, ela não pôde amamentar a filha para evitar a infecção por algo que, na verdade, nunca existiu.

Estresse pós-traumático

De acordo com Tatiane, de 30 anos, ela foi medicada para secar o leite e nunca amamentou a filha. Além disso, sofreu com transtorno de estresse pós-traumático por achar que havia contraído o vírus e afirma lutar até hoje para superar o que aconteceu.

O parto dela ocorreu na maternidade particular NeoMater, em setembro de 2023. No dia do nascimento da filha, Tatiane fez um teste de HIV na maternidade, que contrata o PCS para os exames — ambas as unidades ficam em Nova Iguaçu. O resultado deu positivo.

O laudo do exame HIV de Tatiane foi assinado por Walter Vieira, um dos sócios do PCS e preso na Operação Verum por assinar um laudo com falso negativo de um doador de órgão infectado pelo HIV. Vieira é tio do deputado federal Doutor Luizinho (PP), secretário de Saúde do Rio de Janeiro no ano passado.

Tatiane aguardava documentos para processar a maternidade e o laboratório. Após ver as notícias sobre os transplantados infectados pelo HIV, decidiu levar o caso à polícia. O registro foi feito na tarde dessa segunda na 56ª DP (Comendador Soares).

Um mês de agonia

Após receber a notícia sobre a contaminação, Tatiane fez um segundo teste mais aprofundado na própria maternidade a fim de confirmar o diagnóstico de que teria HIV. Porém, a dona de casa afirma que não recebeu o resultado desse exame; por isso, decidiu buscar outro laboratório.

A mulher relata que sofreu por quase 30 dias até conseguir esclarecer a situação e comprovar que nem ela nem o marido estavam infectados com a doença. Para tal, ela e o companheiro precisaram fazer um novo teste, em 10 de outubro, que apresentou resultado negativo para ambos.

Segundo a mulher, após o resultado negativo, ela buscou o tal resultado nunca entregue pelo hospital. Ela afirma que, quando a foi até a maternidade, alegavam que o resultado era responsabilidade do laboratório, e o laboratório dizia ser do hospital.

Em nota, a direção da NeoMater informa que, “em razão do sigilo”, não pode comentar e que “a paciente em questão recebeu todos os esclarecimentos devidos durante a permanência na unidade”. “Mesmo após a alta mantemos à disposição todos os resultados dos exames realizados e acesso ao prontuário, exatamente por ser direito do paciente”.

Também por meio de nota, o PCS Lab Saleme alega “que o resultado do terceiro teste da gestante estava disponível desde 29/9/23, mesma data em que foi acessado pela maternidade”. “Entre 12/10/23 e 14/1/24, o resultado do exame foi impresso 12 vezes pela equipe da maternidade, conforme registro em sistema. O PCS Lab esclarece, ainda, que é responsabilidade dos hospitais informar os resultados de exames de pacientes atendidos ou internados nessas unidades”.

Porém, o laboratório não comentou o erro no exame. A defesa de Walter Vieira argumentou que não tinha conhecimento do caso e que vai apurar.

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