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HIV: sem licitação, laboratório recebeu R$ 10 mi do governo do Rio

Valores foram recebidos por procedimentos executados sem licitação. Contrato formal só foi firmado em fevereiro de 2023

atualizado

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Montagem/ Rafaela Felicciano/ PCS Lab/ Metrópoles
Montagem com fotos coloridas de fachada de laboratório e mulher em laboratório - Metrópoles
1 de 1 Montagem com fotos coloridas de fachada de laboratório e mulher em laboratório - Metrópoles - Foto: Montagem/ Rafaela Felicciano/ PCS Lab/ Metrópoles

O laboratório PCS Lab Saleme, que está sendo investigado por erros em exames de HIV, pode estar por trás de um esquema criminoso para forjar laudos, de acordo com investigadores da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Antes mesmo da denúncia de contaminação de pacientes transplantados ser revelada na semana passada, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já investigava o PCS Lab Saleme. No entanto, o caso segue em sigilo.

A questão é que o laboratório tem mais de R$ 10 milhões em contratos com a Fundação Saúde, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Rio. Um dos contratos, de outubro do ano passado, é emergencial e sem licitação.

Parentesco político

Os sócios do laboratório, Walter e Matheus Vieira, são parentes do deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro.

O deputado disse que conhece o laboratório há mais de 30 anos, mas disse que jamais participou da contratação deste ou de qualquer outro laboratório. Ele ainda disse desejar uma punição exemplar para os responsáveis pela contaminação.

A SES realiza uma sindicância sobre o laboratório. O Ministério da Saúde informou que fará uma auditoria. O serviço do laboratório está suspenso desde setembro e ele foi interditado.

Walter Vieira foi preso nesta segunda-feira (14/10) em uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Foram cumpridos mandados busca e apreensão em 11 endereços, sendo um deles na sede do laboratório em Nova Iguaçu (RJ).

Erro humano

Os sócios do laboratório PCS Lab Saleme afirmam que há indícios de erro humano nos testes de HIV realizados em doadores de órgãos. Esse erro teria resultado na infecção de seis pacientes que fizeram os transplantes.

“Resultados preliminares da sindicância interna apontam indícios de erro humano na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, o que levou à infecção de seis pessoas”, escreveu o laboratório em nota enviada ao Metrópoles.

Os sócios da empresa de saúde negam as acusações. Pacientes já acusaram o laboratório de outros erros em exames.

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