Henrique Meirelles entra em conselho de exchange na mira do BC
Ex-ministro da Fazenda fará parte do Conselho Consultivo Global da Binance, anunciado nesta quinta-feira. Meirelles é ex-presidente do BC
atualizado
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O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles (foto em destaque) vai fazer parte do novo Conselho Consultivo Global (GAB, na sigla em inglês) da Binance, a maior corretora de criptomoedas do Brasil e do mundo.
A criação do conselho foi anunciada nesta quinta-feira (22/9) pela exchange.
O GAB será presidido pelo ex-senador e embaixador dos Estados Unidos para a China, Max Baucus. Também fará parte do conselho Ibukun Awosika (Nigéria), HyungRin Bang (Coreia), Bruno Bezard (França), Leslie Maasdorp (África do Sul), Adalberto Palma (México), David Plouffe (Estados Unidos), Christin Schäfer (Alemanha), Lord Vaizey (Reino Unido) e David Wright (Europa).
“O objetivo do conselho é orientar a Binance em algumas das mais complexas questões regulatórias, políticas e sociais que a indústria de criptoativos como um todo enfrenta à medida que cresce e evolui rapidamente”, informou a empresa, em nota à imprensa.
Como tem mostrado o Metrópoles, a Binance tem sido usada por hackers, traficantes de drogas e até mesmo pelo garimpo ilegal para lavagem de dinheiro.
Investigação publicada pela agência Reuters revelou que a Binance serviu como lavagem para um total de ao menos US$ 2,3 bilhões (o equivalente a R$ 12,6 bilhões na cotação atual) decorrentes de hacks, fraudes de investimento e vendas de drogas ilegais, entre 2017 e 2021. Para fazer o levantamento, a agência entrevistou pesquisadores, autoridades policiais e vítimas em uma dúzia de países, inclusive na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, o Banco Central (BC) notificou o banco Acesso, responsável pelas transações da corretora, a respeito do alto risco de lavagem de dinheiro nas operações e exigiu o envio de informações detalhadas sobre os clientes, como revelou o jornal Folha de S. Paulo.
O BC apurou que a Binance teria movimentado R$ 40 bilhões em 2021 sem que se tivesse qualquer controle sobre quem foram os clientes e se a origem dos recursos era lícita.
Além disso, a corretora já admitiu publicamente não seguir determinações da Receita Federal para evitar crimes fazendários e financeiros.