metropoles.com

Heleno vence oposição do Iphan e instala escudo antidrones em palácios

Antenas de sistema para tomar o controle de drones que invadam área de segurança foram instaladas nos tetos de palácios presidenciais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
antena no palácio do planalto com bandeira do brasil ao fundo
1 de 1 antena no palácio do planalto com bandeira do brasil ao fundo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após um ano de embate com o órgão responsável por proteger o patrimônio arquitetônico de Brasília, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) conseguiu instalar um escudo antidrones nos palácios presidenciais da capital.

Ao custo de R$ 2,49 milhões e da instalação de antenas nas obras projetadas por Oscar Niemeyer, a pasta comandada pelo general Augusto Heleno pode agora detectar e neutralizar aparelhos voadores que sem aproximem dos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu, todos na área central de Brasília.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se opôs ao projeto quando o contrato de compra do sistema já havia sido assinado pelo GSI, em março de 2020, e conseguiu reduzir o impacto visual dos escudos antidrones em uma longa negociação de pareceres.

A antena instalada no Palácio do Planalto é essa da imagem em destaque da reportagem, com 1,5 metro de altura. No projeto original apresentado pela equipe de Heleno, era uma estrutura com 20 metros, a mesma altura do palácio. Veja uma representação artística da ideia:

Primeira proposta do sistema antidrones no Palácio do Planalto
Primeira proposta do sistema antidrones no Palácio do Planalto

Já as antenas do escudo nos palácios da Alvorada e do Jaburu tiveram a altura, também prevista em 20 metros na primeira versão, reduzida para 5 metros.

Veja como ficou a antena na residência oficial do presidente Jair Bolsonaro e como era antes da instalação:

3 imagens
Estrutura no Palácio da Alvorada tem 5 metros de altura
Como era antes do escudo antidrones
1 de 3

Antena está no teto do Palácio da Alvorada

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 3

Estrutura no Palácio da Alvorada tem 5 metros de altura

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 3

Como era antes do escudo antidrones

Igo Estrela/Metrópoles
O debate arquitetônico

Na primeira vez que barrou o escudo antidrones do general Heleno, o Iphan argumentou, em parecer assinado pelo coordenador técnico Thiago Pereira Perpetuo, que era “evidente que os equipamentos propostos impactam diretamente tanto os palácios como bens tombados individualmente quanto o Conjunto Urbanístico de Brasília”.

Segundo o órgão que protege o tombamento da cidade como patrimônio da humanidade, “há que se considerar que edificações icônicas como os palácios presidenciais, patrimônios históricos tombados e reconhecidos internacionalmente pela sua arquitetura moderna, impõem limites para intervenções, que devem ser direcionadas para o menor impacto possível”.

Na conclusão, o documento decretava que “caso sejam elementos integrados à arquitetura dos palácios, os novos equipamentos não podem ser visíveis do ponto de vista do observador, de forma a não prejudicar a leitura da volumetria dos palácios”.

Mesmo com a apresentação de versões menores das antenas – como as que agora estão instaladas nos palácios – o Iphan continuou sem autorizar a instalação do escudo, considerado fundamental para a segurança das autoridades no entendimento do GSI.

A negociação incluiu a instalação de uma versão falsa da antena, feita de tubos de PVC, para a avaliação do impacto visual. Ficou assim:

A antena fake, feita com canos de PVC
A antena fake, feita com canos de PVC

Em outubro do ano passado, porém, o órgão comandado por Heleno pediu e o Iphan, que é independente, mas pertence à estrutura do governo federal, aceitou tornar sigiloso o processo administrativo sobre a autorização. Dois meses depois, houve a liberação da obra nos palácios.

A revelação, pelo Metrópoles, de que o GSI pressionava o Iphan para instalar as estruturas nos palácios tombados revoltou admiradores da obra de Niemeyer e repercutiu até no exterior. O jornal inglês The Guardian, por exemplo, publicou reportagem sobre o risco de desfiguração arquitetônica que corriam os edifícios projetados por um dos expoentes do modernismo no mundo.

Sem outro lado

O Metrópoles questionou o Iphan sobre essa liberação após algumas negativas, mas o órgão não respondeu até a publicação desta reportagem, o espaço segue aberto.

O GSI também foi procurado, mas não se pronunciou, como tem feito nas últimas vezes em que a reportagem procurou o órgão para tratar do tema.

Não temos informações, portanto, sobre o alcance do escudo e sobre as restrições impostas por ele para o uso de drones na região central de Brasília. É certo, porém, que não veremos mísseis antiaéreos derrubando drones na Praça dos Três Poderes. A tecnologia contratada pelo GSI dá a operadores treinados o poder de tomar o controle do objeto e fazer com que ele pouse à força em uma área de segurança, longe de edificação.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?