Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio, morre aos 93 anos
Ativista se reunia com mães de desaparecidos na ditadura da Argentina para protestar na Praça de Maio
atualizado
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A líder das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, morreu aos 93 anos, neste domingo (20/11). Ela dedicou a vida a lutar pela memória e justiça dos desaparecidos e mortos na ditadura da Argentina.
Hebe de Bonafini era líder do movimento de mães que se reunia para protestar na Praça de Maio, na capital argentina de Buenos Aires. Ela foi internada recentemente, mas a causa da morte não foi divulgada.
Os dois filhos de Hebe foram sequestrados em 1978 e nunca mais foram encontrados, assim como a nora dela no ano seguinte. A ditadura argentina matou cerca de 30 mil pessoas.
As Mães da Praça de Maio estão presentes no filme recente “Argentina, 1985”, lançado em setembro na Amazon Prime, que conta a história do julgamento que parou o país para condenar os comandantes militares responsáveis por execuções e desaparecimentos forçados.
Repercussão
Lideranças políticas argentinas se manifestaram nas redes sociais após o anúncio da morte de Hebe de Bonafini.
“Deus te chamou no Dia da Soberania Nacional… Não deve ser coincidência. Simplesmente obrigada e até sempre”, escreveu a vice-presidente Cristina Kirchner no Twitter.
O presidente Alberto Fernández se referiu à ativista como uma incansável lutadora e decretou luto de três dias.
Evo Morales, presidente da Bolívia, também lamentou: “Sua luta incansável e incorruptível contra as ditaduras pela memória, verdade e justiça é um exemplo para as novas gerações”.