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Hang é condenado por chamar homem de esquerdopata e mandá-lo para Cuba

Empresário Luciano Hang foi condenado por injúria e difamação. TJRS decidiu pena pena de 1 ano e 4 meses em regime aberto

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Luciano Hang
1 de 1 Luciano Hang - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi condenado por difamação e injúria contra o arquiteto Humberto Tadeu Hickel por chamá-lo de “esquerdopata” e ter sugerido que ele “vá para Cuba”. A decisão foi da 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).

As declarações do empresário foram publicadas em um vídeo nas redes sociais, após o arquiteto liderar uma campanha contra a instalação de uma estátua da liberdade próxima a uma nova filial da Havan em Canela, na serra gaúcha. A estátua é uma peça tradicional de divulgação nas lojas da rede.

“Depois do vídeo recebi centenas de xingamentos de pessoas que inundaram minhas redes sociais para me ofender, e inclusive ameaças, o que me deixou muito nervoso. Tive que ficar de cama porque faço acompanhamento com cardiologista e afetou minha saúde. Além disso, tive que mudar meus hábitos e deixar de andar com meus netos pelas ruas de Canela, como costumava fazer, o que me entristeceu muito”, reclamou o arquiteto.

Condenado à prisão

Conforme a decisão do TJRS , o proprietário da Havan deve cumprir uma pena de 1 ano e 4 meses em regime aberto, além de 4 meses de detenção, que serão convertidos em duas penas restritivas de direitos. Essas penas incluem a prestação de serviços à comunidade, com um compromisso diário de uma hora, e o pagamento de uma multa pecuniária no valor de 35 salários mínimos, que será destinada ao apelante. Adicionalmente, ele recebeu uma penalidade financeira de 20 dias-multa, cada um correspondendo a 10 salários mínimos.

A decisão foi tomada durante uma sessão realizada na terça-feira (23/7), presidida pelo Desembargador Luciano Andre Losekann, tendo como relator o Desembargador Marcelo Machado Bertoluci.

Luciano Hang expressou sua insatisfação e afirmou que vai recorrer.

“O Brasil é um país extremamente perigoso para um empreendedor. Na busca de gerar empregos e desenvolvimento, pode ser processado criminalmente por pessoas que se utilizam de ideologias ultrapassadas para impedir a construção de empreendimentos. É o que está acontecendo neste caso. Um absurdo”, disse o empresário, em nota.

Também por meio de nota, os advogados do arquiteto consideram que foi “restabelecida sua honra e seu sentimento de justiça, através da decisão colegiada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que hoje enviou uma clara mensagem a toda a sociedade: ‘não é possível que nós convivamos nesse ambiente de ódio e com o estímulo a esse tipo de discurso de ódio, que têm sido é cada vez mais frequente'”.

Orientação política

O conflito entre o empresário e o arquiteto teve origem quando Hickel liderou um abaixo-assinado contra a instalação da Estátua da Liberdade em Canela (RS), argumentando que o símbolo era inadequado à cultura local. Ao descobrir a orientação ideológica e política de Hickel, Luciano Hang reagiu publicamente.

Inicialmente, o caso foi julgado improcedente pela juíza Simone Ribeiro Chalela, de Canela, apoiada pelo Ministério Público, que interpretou as declarações de Hang como parte do debate político e não como crime, segundo a defesa da Havan.

Contudo, o Tribunal de Justiça do RS reavaliou o caso e, por maioria, decidiu condenar Luciano Hang. Cabe recurso.

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