Haddad sobre Lula: “Não devemos superestimar a força diante da dor”
Amigos e apoiadores estão preocupados com a saúde do ex-presidente, que ficará impedido de receber visitas durante o carnaval
atualizado
Compartilhar notícia
Pessoas próximas a Luiz Inácio Lula da Silva, como o ex-candidato à presidência Fernando Haddad estão preocupadas com a saúde do ex-presidente. “Nós temos que acompanhá-lo, ele é muito forte, mas não devemos superestimar a força de alguém diante da uma dor tremenda”, disse. Lula conseguiu autorização da Justiça para deixar a sede da Polícia Federal em Curitiba e ir ao enterro do neto Arthur Araújo Lula da Silva.
Após ficar com a família por cerca de 1h30 e acompanhar o final do velório e a cerimônia de cremação, o ex-presidente partiu em direção à Curitiba, onde está preso desde abril de 2018.
Durante o feriado prolongado de carnaval, Lula não foi autorizado a receber visitas. No entanto, apoiadores do ex-presidente disseram que a defesa vai entrar com uma ação para que ele possa ver, pelo menos, o advogado. “Ele tem força, mas a situação é preocupante. A pessoa está presa, perdeu o irmão mais velho, depois um neto. Isso abala muito”, disse o ex-tesoureiro de campanhas do PT José Filippi.
Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto contou que Arthur era um dos netos mais próximos ao presidente Lula. “Quando a Marisa morreu, o Sandro (pai do garoto) se mudou para lá, eles ficaram alguns meses”, lembrou. O ex-presidente, segundo ele, está muito abatido devido à perda e teme pela saúde dele.
Entenda o caso
Arthur chegou debilitado e com febre alta ao Hospital Bartira, da Rede D’Or, em Santo André, nessa sexta-feira (1º/3). O garoto não resistiu e morreu vítima de meningite. Ele é filho de Sandro Lula da Silva, o caçula de Lula com Marisa Letícia.
Ao saber da morte do neto, os advogados de defesa pediram autorização para que o ex-presidente pudesse velar o pequeno. O pedido de liberação foi protocolado pelo advogado Cristiano Zanin, defensor do ex-presidente. “O artigo 120, inciso I, da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) expressamente assegura o direito do cidadão em situação de encarceramento sair temporariamente do estabelecimento em que se encontra na hipótese de falecimento de descendente”, apontou em documento.
Lula deixou a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, às 7h deste sábado (2), depois de conseguir autorização para ir ao velório. Ele saiu da Superintendência da PF de helicóptero a caminho do aeroporto. De lá, pegou um avião cedido pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), rumo a São Paulo. De SP, em outro helicóptero, seguiu para São Bernardo. O trajeto será o mesmo.