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Haddad reconhece dificuldade em implementar taxação de super-ricos

“Essa turma tem certa dificuldade em encarar o fisco”, disse o ministro Fernando Haddad sobre a taxação dos super-ricos

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Imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento no Vaticano - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento no Vaticano - Metrópoles - Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro Fernando Haddad, titular da Fazenda, reconheceu nesta quinta-feira (12/9) a dificuldade em implementar a taxação dos super-ricos no mundo, que é um dos temas centrais da presidência brasileira no G20 em 2024.

“O problema de taxar grandes fortunas é que as tentativas que já foram feitas mundo afora nem sempre produziram os melhores resultados. Não porque seja injusto, mas porque, do ponto de vista prático, você tem fuga de capital, você tem mudança de domicílio fiscal… Nem todo super-rico está disposto a pagar imposto. Em geral, essa turma tem certa dificuldade em encarar o fisco”, disse ele em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da TV Brasil.

Haddad voltou a dizer que “a justa contribuição em imposto” por bilionários é válida e que o Brasil levou essa proposta para debate internacional, no âmbito do G20, em um esforço de cooperação.

A proposta consiste na criação de um sistema tributário internacional. Desenhada pelo economista francês Gabriel Zucman, trata-se em um imposto mínimo de 2% sobre a riqueza dos bilionários do mundo, com potencial de arrecadação entre US$ 200 e US$ 250 bilhões por ano. Calcula-se que sejam atingidas 3 mil pessoas no mundo todo.

Na terceira reunião dos ministros de Finanças, todos os países do Grupo dos 20 assinaram uma declaração estabelecendo como princípio continuar estudando formas de taxar os super-ricos. Haverá uma cúpula no final do ano com todos os chefes de Estado. “Eu espero que essa proposta seja aprovada”, disse o ministro.

Ele citou entrevista recente do bilionário Bill Gates, que falou da dificuldade de aprovar a medida. “A tarefa da política é encontrar as saídas para isso”, pontuou Haddad. “O Brasil teve um grande mérito de levar essa proposta, inclusive com prêmios Nobel apoiando.”

E completou: “Não é simples, a construção é difícil, porque há também muita resistência”.

Por fim, o ministro disse ver “alguma dificuldade” em uma proposta isolada, de países em separado e citou o caso nacional: “Quando você tenta cercar por um lado, o contribuinte foge por outro. Você tem vários magnatas brasileiros que fizeram planejamento tributário para não pagar [tributos]”.

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